ARTESFODA BR #13 – Zaphk, a aproveitadora de oportunidades

24/05/2012 – 16:39

por Shana

Tem vezes que nos pegamos pensando em quão sortudos somos por estarmos fazendo o que gostamos… e tem vezes que nos descabelamos e perguntamos onde caralhos sua cabeça estava quando resolveu seguir aquele caminho.

A arte de se tirar proveito de tudo – mesmo que seja de algo negativo – pode ser bem difícil e frustrante. Parece mais fácil (e realmente é) simplesmente desistir. Mas as dificuldades estação sempre aí: e, não importa o quão complicado seja, devemos bater no peito e passar por cima de tudo de cabeça erguida e ainda tirando uma boa lição pra vida.

Nossa convidada da semana já passou por poucas e boas desse jeito: e ela é a Zaphk!

Parece que o escritório dá direto pra beira do mar, ê belê!

Ana Mendes tem 26 anos, é paulista e trabalha com ilustração e freelance para jogos. Chegou a começar faculdade de Design, mas como a faculdade estava mais atrapalhando que ajudando – e também por não concordar com os métodos das instituições de ensino; é mais adepta do “faça você mesmo sem esperar pelos outros” – acabou largando.

Por ser uma criança muito tímida, falava pouco com os coleguinhas e se concentrava em escrever e desenhar. Mas a porra ficou séria mesmo quando viu as artworks de Ocarina of Time em uma revista de joguinhos (seria a Ação Games e seu ~fator diversão~?); queria muito poder desenhar algo como aquelas artes, então começou a levar o desenho mais a sério e largou a escrita.

E conseguiu né pqp (tá que é de WW mas quem liga)

Com o tempo, as inspirações e objetivos mudaram. Agora está querendo fugir um pouco do estilo mangá, apesar de ainda gostar, e ir mais para o lado do realismo. Suas atuais inspirações são Norman Rockwell, Jason Chan e Jim Murray (Magic The Gathering e World of Warcraft), mas é provável que, desde a entrevista até a postagem da coluna, já tenham mudado. Afora o campo desenhístico, também são suas inspirações Gabe Newell (diretor da Valve, citado com coraçãozinho e tudo ♥), Guillermo del Toro (Labirinto do Fauno, Hellboy), Shigeru Miyamoto (Mario), Quentin Tarantino (Kill Bill, Inglourious Basterds), Hayao Miyazaki (roteirista e um dos diretores dos Studios GhibliKaze Tani no Nausicaä  é dele) e Stephen King.

Começou a vida nos ~gaems~ com o Atari, e depois passou para a geração “não, é muito caro” dos 8 e 16bit. Ganhou um console genérico chamado Geniecom ao invés dos fodões da época e ficou um bom tempo jogando só com o Atari e o Geniecom, até que seus pais compraram um PC com MUITAS revistas CD Expert. Para ela, os melhores jogos eram Alien Rampage e Jazz Jackrabbit. Em 99, ganhou seu grande tesouro e perdição: o Nintendo 64.

Entre seus gêneros preferidos estão RPGs, adventures, RTSs (real time strategy) e shoot’em up (bate neles pra cima – gênero em que vicia facinho). Seus jogos preferidos são Portal 1 e 2, The Legend of Zelda: Ocarina of Time e Wind Waker, Team Fortress 2, Half-Life 2 e Pokémon.

Admitam: esse é o melhor jogo ever.

Como gosta muito de criar histórias e personagens, os jogos são referências perfeitas, seja em narrativa ou visualmente. Gosta muito de trabalhar com concept art, e criar o mundo que quiser está entre os motivos que mais gosta de ser artista. Ainda está treinando bastante para melhorar sua narrativa visual e conseguir dar vida aos mundos e personagens que cria. Com isso, seu objetivo é ganhar mais experiência com concept e ilustradora, e levar o 3D um pouco mais a sério para ver seus trabalhos feitos em um jogo de alguma empresa que admira, e ainda continuar com seus projetos pessoais.

Zaphk trabalhou na Ubisoft-SP por dois anos, e esse foi seu primeiro trabalho, exatamente quando estava decidindo sair da faculdade. Lá, aprendeu muita coisa, entre evoluir sua arte e trabalhar em equipe – e também fazer amigos pro resto da vida. E ela conta um pouquinho como foi trabalhar lá.

“Todo trabalho tem seus altos e baixos, às vezes você tem que lidar com pessoas difíceis e passar por situações que às vezes parecem ter saído de um filme B trash… literalmente. Mas até dessas situações ruins e bizarras você pode tirar alguma coisa de útil. Por exemplo, às vezes o trabalho é chato, mas seus colegas são demais e te ensinam um monte de coisas que fazem você e sua arte melhorar. Às vezes o trabalho é legal, mas aí aparecem as situações bizarras que chegam a atrapalhar até a sua vida pessoal, mas nessas horas você aprende a resolver problemas, percebe que tem amigos com quem você pode contar e fica mais esperto para não cair em armadilhas novamente. Nenhuma dificuldade dura para sempre, só se você quiser, então o jeito é não se deixar abater (apesar de às vezes ser bem difícil =p) e continuar em frente.”

LIKE A DIABLO III MONK.

As dificuldades estão sempre aí, e mesmo trabalhar no que se ama pode ser desgastante e estressante. O ponto-chave aqui é – tudo tem um lado positivo se você souber aproveitar as oportunidades. Até porque, se a vida fosse fácil, perderia metade da graça!

Vocês podem catar a Zaphk no DeviantArt e site pessoal. A galeria dela tá logo abaixo, então se divirtam e até semana que vem!

 

Shana Ximenes começou a desenhar ainda nos tempos da Rede Manchete, mas trabalha com design pra não morrer de fome. Está por trás de praticamente todos os pixelarts desse site. É uma grande fã de rhythm games, Neil Gaiman e caldo de cana com pastel.

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