Se perguntarem para um desavisado quais franquias de luta que a Nintendo possui, 90% das respostas serão “Super Smash Bros” e só – caindo na polêmica milenar sobre Smash ser ou não um jogo de luta. O que muitos não sabem é que em 1993 a Nintendo se aventurou nesse gênero que crescia tão rápido desde Street Fighter II, com um jogo para nada mais e nada menos que o NES. O nome desta raridade é Joy Mech Fight, que, infelizmente, só saiu no Japão.
A história de Joy Mech Fight é bastante familiar. Dois cientistas (doidos) trabalhavam juntos na criação dos robôs mais extraordinários que o mundo já viu. Em um belo dia, um dos doutores traiu o outro e saiu com 7 desses robôs, transformando-os em robôs de guerra. Então o doutor bonzinho chama um de seus robôs pacíficos e o reprograma para lutar contra seus “irmãos”. Assim que são derrotados, os robôs são reprogramados e passam a te ajudar na sua missão. Não apenas a história, mas o jogo inteiro passa esse clima “Megaman”, até no design dos robôs, que são 8 principais, embora alguns digam que o jogo possui 36 personagens jogáveis (engole essa Capcom). Tudo bem que muitos deles são meio que cópias dos principais, mas ainda tá valendo.
Os gráficos estão entre os melhores que o NES podia oferecer. Claro, saindo tão tarde na vida do console, era o que se esperava. Os cenários são cheios de vida e os personagens todos bem animados. As músicas em geral também são bem empolgantes. O gameplay fica numa mistura entre um Smash Bros e um Street Fighter. Há personagens com golpes que necessitam de movimentos estilo “Hadouken” e outros que que são executados apenas apertando uma direção e um dos botões. Só há soco e chute, mas a quantidade de golpes que cada robô tem é surpreendente. O jogo não tem nenhum sistema de combos fixo, mas dá pra experimentar bastante e, surpreendentemente, ele é bastante fluído, algo que muitos clones de Street Fighter da época (em consoles mais potentes ainda) não conseguiam.
Considerado um jogo importante na história da Nintendo, esse jogo nunca foi lançado no ocidente por ter saído bem tarde, em 1993, mas o personagem principal “Sukapon” já fez algumas aparições por ai, e parece que até o Sakurai (loco que criou Smash Bros e Kirby) queria adicioná-lo no próximo jogo. Isso porque Joy Mech Fight segue uma das filosofias mais básicas da Nintendo: simplicidade. Enquanto saíam altos clones de SFII com seus comandos complicados e o caralho a quatro, JMF trazia a diversão para todo mundo que quisesse. Hoje em dia seria taxado “casual”, mas naquela época era como a sensação mágica de descobrir que tem uma Escape Rope na sua mochila pra fugir da Dark Cave, pois jogos assim davam chances de vencer uma luta a quem não tinha saco de decorar milhões de comandos .
Há uma tradução feita por fãs rolando por aí, mas ela não é exatamente necessária para se aproveitar o jogo, uma vez que o idioma não chega a ser uma barreira nesse caso. Vale a pena experimentar esse título que provavelmente influenciou muito o desenvolvimento de Super Smash Bros. Assim, quando te perguntarem se você conhece algum jogo de luta da Nintendo, poderá dar uma resposta diferente e sair como o manjão alfa da roda.
