Tretas de Hong Kong – Jump Super Stars e a mistureba de personagens

  1/05/2012 - 16:05   Tretas de Hong Kong,  
 

Essa semana é a semana da Golden Week no Japão. Se por algum motivo bizarro você já sabia disso, então pode pular esse parágrafo, não tenho nada de novo para falar (vaza). A Golden Week é um grande “feriado” composto de vários feriados menores que dura por uma semana. Basicamente, tudo fica parado nessa semana, e é por isso que provavelmente teremos menos noticias nipônicas por enquanto.

Enquanto para os japoneses é o paraíso, para o resto do mundo é o inferno. Uma semana inteira sem trabalho no Japão significa uma semana sem seu mangá favorito, uma semana a mais para saber se o Goku completa aquela Genki Dama marota ou se o Kubo Tite resolveu voltar a desenhar cenários nas paginas de Bleach. De qualquer forma, esse é um gancho escroto para o jogo sobre o qual eu quero falar. Um jogo que junta todos esses personagens da Shonen Jump (Pulo de Garotos???) para quebrarem a cara uns dos outros: Jump Super Stars.

“O que é Shonen Jump?”, indaga algum leitor desinformado. Meu amigo, lembra de ficar eufórico com as batalhas de Kenshin, Goku ou Yusuke quando era menor? Pois é, saiba que todas essas histórias iniciaram em forma de quadrinho, sendo lançadas mensalmente nessa revista que tem justamente como publico alvo, garotos com idade de 10 anos para cima (garotas também são bem vindas). Quando saiam capítulos suficientes, eles eram compilados em volumes, os mesmo que você comprava quando a editora Conrad ainda existia e lançava volumes com metade do conteúdo do original.

Jump Super Stars é visto por muitos como um “Smash Bros de mangás para DS”, e na boa, não tem descrição melhor. Contando com uma quantidade quantidade impressionante de séries (Citando as mais conhecidas: Dragon Ball, Naruto, Bleach, Yuyu Hakusho, One Piece, Yu-Gi-Oh, Shaman King, Rurouni Kenshin etc) esse jogo é um puta de um fanservice para quem curte esse tipo de coisa. Eles fizeram questão de incluir a maior quantidade possível de personagens, o que influencia bastante no inusitado gameplay do jogo.

Diferente da maioria dos jogos de luta, você não escolhe ou controla um só personagem, você monta um “deck”. Um deck, visualmente falando, é uma página de um mangá. Os personagens são pequenos (ou grandes) painéis que devem ser montados para formar seu “deck”. Há 3 tipos de painéis: Os de ajuda (ocupam 1 quadrado de espaço), que não aparecem no jogo em si, mas que dão aumentos de atributos como força ou velocidade; os de suporte (entre 2 a 3 espaços), que ao serem tocados (depois entro nesse detalhe), aparecem ao lado do personagem e fazem alguma ação para ajudá-lo; e, por fim, os de batalha (Entre 4 a 8 espaços), que é onde está a alma do jogo, pois esse é basicamente o seu personagem jogável.

O jogo funciona bastante como o Smash Bros. Você tem um botão para pular,  um botão para ataques normais, um para especiais e ainda outro para o “Ultra” que gasta uma barra de energia.Ambos golpes normais e especiais existem em 5 variedades e possuem atributos diferentes e cada personagem tem 2 “Ultras”. Para derrotar o inimigo, vale tanto acabar com a barra de vida dele quanto dar um ring-out. No jogo foi implementado um sistema “Pedra, Papel e Tesoura”, onde cada personagem tem um “atributo” diferente que é melhor que o outro, o que acaba deixando as lutas mais estratégicas. Ah sim, o multiplayer suporta 4 jogadores locais.

Lembra que falei que os personagens podem ser “tocados”? O “deck” que você escolher fica na touch screen, que serve como atalho para você trocar de personagens ou chamar suportes. É meio ruim pois não tem outra forma sem ser apertar com o dedo, mas é bastante intuitivo. Os modos de jogo são os clássicos do Smash Bros: Modo de ponto, Modo Survival, onde o equivalente da vida é o numero de personagens que você tem, e ainda um modo de moedas, onde ganha quem tiver mais grana no final.

Você tem espaço limitado para montar seu “deck” e cada painel tem seus efeitos diferentes de acordo com o tamanho, exceto os de ajuda, que possuem o formato fixo de um pequeno quadrado que deve ser colocado perto de algum personagem para surtir efeito. Por exemplo, um suporte que ocupa 2 quadrados será mais fraco e menos útil que um suporte que ocupe 3, mas lhe dará mais espaço para colocar outros suportes ou mais personagens.

Da mesma forma, os personagens jogáveis mudam dependendo do espaço que ocupam no deck. Geralmente o que muda são apenas os dois ultras, mas nos painéis maiores (7 ou 8 espaços) eles já podem mudar de forma e até ganhar golpes novos (Por exemplo, Goku de 4 painéis é normal, mas o de 8 está em sua forma Super Sayajin). Aliás, vale lembrar que todo personagem de batalha tem painéis de suporte e ajuda também, mas o contrario não é verdade. Isso pode deixar alguns fãs putos, pois a escolha de jogáveis e suportes foi bem seletiva, exemplo: Saitou de Samurai X tem apenas painéis de suporte (e de ajuda), já Tao Ren de Shaman King nem como suporte aparece, tendo apenas um único painel de ajuda.

Ah sim, existe também um sistema de “afinidade”, onde colocar personagens que se dão bem com o personagem de batalha da bons efeitos para ele como aumentar sua vida ou sua barra de especial. E os personagens nem precisam ser da mesma série. Às vezes só um elemento em comum já basta.

A maioria das séries têm algum cenário próprio, mas são bem simples e não muito diferentes um do outro. Apesar todo esse conteúdo, ainda havia bastante coisa para adicionar ao jogo, e é por isso que pouco tempo depois saiu a segunda versão: Jump Ultimate Stars

Nessa sequência, 17 novas séries foram adicionadas, totalizando 41 no total, e nisso inclui algumas bastante populares como Cavaleiros do Zodíaco e Hokuto no Ken, conhecido aqui como “O Guerreiro da Estrela Polar” por causa de um filme bizarro que costumava ser exibido na Globo. Como o primeiro jogo já era bem completo, não tiveram muito o que fazer além de dar uma melhorada nos estágios das principais séries, deixando-os mais interessantes. Colocaram também mais personagens e adicionaram um modo online, muito melhor que o de Smash Bros Brawl, por sinal (não que precisasse de muito).

Se você for um pirata sarnento, há um patch de tradução rolando por aí que deixa tudo bem mais compreensível. Vale lembrar que o jogo tem nada de voice acting, então não poderá ouvir seus japoneses favoritos berrando nomes de golpes de todo modo. Embora tenha saido um jogo semelhante (mas muito pior) para PS2/GCN, os fãs ainda esperam um novo título para essa franquia excelente. Quem sabe no 3DS isso não role?

Sobre

Luiggi "Afro" Ligocky é um pseudo-artista que estuda a área de jogos digitais. É um adorador de jogos japoneses e bizarros desde a época em que ganhou seu Super Nintendo. Grande fã da Nintendo, Konami e Sega.

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