Qualé a desse tal de… Rayman Legends

É chegada a hora de falar do polêmico Rayman Legends. Polêmico porque originalmente ele seria um exclusivo de Wii U, até a Ubisoft perceber que seria legal ganhar dinheiro com o jogo e resolver lançá-lo pra qualquer aparelho que tivesse botões e analógicos.

Eu joguei no PC, porque é o que eu tenho aqui (também porque é mais barato), e uma das primeiras coisas que eu notei foi que, pra minha surpresa, ele realmente parece ter sido concebido como um jogo de Wii U. Várias partes foram claramente feitas pra serem usadas com uma touch-screen, onde você tem liberdade pra riscar e movimentar coisas na tela. No PC/PS3/Xbox360, esses movimentos foram substituídos por pseudo quick time events onde o Murphy (a mosca que te ajuda) já faz o movimento completo com o aperto de um botão. É mais sem graça, mas funciona… e depois que eu descobri que no Wii U e Vita você controla apenas o Murphy nessas fases se estiver jogando sozinho, acho que eu até prefiro assim mesmo.

De qualquer forma, a maioria das fases do jogo não tem o Murphy, só o Rayman (ou qualquer um dos outros muitos personagens que eu não usei) correndo, pulando e batendo em todo mundo em belíssimas sequências de plataforma meticulosamente montadas com todo cuidado para garantir que o jogador passe o jogo inteiro sorrindo, maravilhado com o que está fazendo.

Tendo usado todos os temas genéricos de fases de plataforma no primeiro jogo, Legends trás mundos baseados em épocas e lugares como a Era Medieval, a Grécia clássica, um pântano, México e Splinter Cell. O legal aqui é que cada mundo é bem distinto um do outro, com cenários completamente diferentes e inimigos únicos tematizados que só aparecem no seu mundinho… até eles resolverem invadir os outros mundos.

Ok o tema não é Splinter Cell… mas é quase

Cada mundo tem as suas fases próprias, dentro do seu tema, e versões alternativa de cada fase, com algum inimigo de outro mundo invadindo ela e misturando os elementos e temáticas, resultando em uma fase nova. No entanto, essas fases “invadidas” são diferentes do resto. São fases bem pequenas que devem ser completadas em no máximo 1 minuto, o que acaba se encaixando perfeitamente na proposta de Rayman Legends.

Diferente de Origins, que tinha fases longas e segmentadas, as fases de Legends são quase todas mais curtas e diretas, lembrando bastante o level design dos Sonics clássicos. As fases “normais” do jogo não têm um limite de tempo e não duram menos de 1 minuto, mas o level design te incentiva a tentar passar tudo sem parar, sem perder o momentum, no máximo desviando um pouco do caminho pra entrar numa salinha secreta. Os inimigos agora morrem com um golpe só pra você não perder tempo e as fases estão sempre mudando, com prédios caindo, coisas afundando e árvores crescendo atrás de você, como se ela estivesse gritando “Vamo andando aí cara, não fica parado não!”.

VAMO AÍ CARA NÃO PARA NÃO!

Essa filosofia de design de Sonic está em quase todas as fases do jogo, e culmina nas fases “musicais” presentes no final de cada mundo. Nessas você realmente não pode parar: é preciso correr, pular e acertar os inimigos no ritmo da música que toca ao fundo. A fase musical é sempre a última de cada mundo, depois até do chefe, e funciona como recompensa por ter concluído as demais – são a melhor parte do jogo, pelo menos pra mim – e pra testar se você pegou mesmo esse negócio de manter o momentum que o jogo prega. Da mesma forma, o mundo “secreto” final do jogo é composto por versões mais difíceis dessas fases, pra ver se você pegou MESMO o ritmo do jogo.

Mais sobre esse lance de ritmo e momentum neste belo texto do Neozao aqui.

Podia ter mais…

Mas Rayman Legends também traz algumas exceções, algumas fases mais “experimentais”. Rayman (ou seja quem for) já começa com todos os poderes do jogo anterior, e sem perder tempo pra introduzir cada um, os designers puderam brincar um pouco mais com algumas ideias do jogo:  tem fase que afunda, fase que é um labirinto, fase com elementos de stealth… Rayman Legends é um jogo mais curto, mas ao mesmo tempo muito mais amplo que Origins. Mais variado, mais divertido e com um ritmo que te prende do início ao fim. E eu posso dizer isso com 100% de certeza porque eu joguei metade de Rayman Origins recentemente, dentro de Rayman Legends!

Quarenta fases de Rayman Origins foram incluídas no jogo. Todas receberam um retoque na arte pra ficarem iguais às novas e foram rebalanceadas pros padrões do Legends: o número de lums em cada fase dobrou e agora ao invés de só salvar 3 bichinhos rosas, você salva 10 membros de uma família real azul aí (que tem membro pra caralho, diga-se de passagem). Esses itens foram acrescentados nas fases antigas, mas no geral continuam iguais, ainda longas e segmentadas, menos frenéticas que as do Legends. Até os chefes voltaram!

Mantendo a filosofia de te incentivar a terminar as fases correndo, Legends ainda vem com um modo desafio, com testes diários e semanais onde você compete com pessoas do mundo todo pra ver quem termina uma fase específica (pelo menos nas vezes que eu tentei, eram fases criadas só pros desafios) mais rápido. Nada que faça desse o melhor jogo de plataforma dos últimos anos, mas é uma adição legal.

O que faz dele o melhor jogo de plataforma dos últimos anos é que ele pegou as ideias daquele que ocupava essa posição anteriormente e melhorou todas elas. Rayman Legends é Rayman Origins com blast processing, muito mais frenético, divertido e variado (e com metade do Origins dentro dele). Talvez ele seja ainda melhor no Wii U, mas no final foi ótimo que ele tenha saído pra mais coisas. Desculpa aí Nintendo, mas seria um pecado deixar uma coisa linda dessas disponível só pra quem tem o seu console.

 

Rayman Legends está disponível para PC, PS3, PSVita, Wii U e Xbox 360.

 

[author] [author_image timthumb=’on’]http://www.gamesfoda.net/images/tubaimg.png[/author_image] [author_info]Arthur “Tuba” Zeferino é co-criador do site, programador, brother indie e está até agora com Black Betty na cabeça.

 

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Tuba

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Arthur “Tuba” Zeferino é co-criador do site, programador e brother indie.

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