Qualé a desse tal de… The Legend of Korra

Terra, fogo, ar e água. Só o avatar consegue controlar os quatro elementos, e eu só comecei o texto assim porque eu queria que fosse igual ao desenho… ou ao jogo, porque ele começa assim também, com a mesma musiquinha até.

Quando foi anunciado que a Platinum Games seria a responsável pelo primeiro jogo eletrônico licenciado da Lenda de Korra, o coração de muitos fãs se encheu de esperança. As lutas são grande parte da série e a Platinum fez alguns dos melhores jogos de ação dos últimos tempos. Não haviam dúvidas de que o estúdio conseguiria criar mecânicas de combate que fariam o jogador se sentir como o avatar, misturando uns golpes doidos de kung-fu com todos os elementos.

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A boa notícia é que a Platinum conseguiu. As mecânicas de combate estão no nível do que se espera da Platinum, com uma variedade grande de golpes, counters, parries e esquivas que dependem de um timing preciso, envolvendo os quatro elementos que podem ser “dobrados”. Korra pode alternar entre os elementos e cada um muda o estilo de luta dela. Os golpes de água por exemplo acertam de longe, mas tiram menos energia, enquanto os de terra fazem um dano grande, porém são bem mais demorados pra serem executados. Saber alternar entre os elementos, defender e se esquivar nas horas certas é essencial pro jogo. Como qualquer outro jogo da Platinum, The Legend of Korra exige prática e habilidade, estando longe de ser um button masher qualquer.

A má notícia é que esse combate complexo é uma das poucas coisas do jogo que dá pra elogiar.

Apesar dos seus desenvolvedores renomados, The Legend of Korra ainda é um jogo licenciado de um desenho da Nickelodeon lançado agora especialmente para ajudar na promoção da quarta temporada da série.

Não preciso dizer que os gráficos não são grandes coisa, né?

O jogo se passa entre a segunda e a terceira temporada e começa com a avatar lutando contra um monte de espíritos, usando todos os quatro elementos num tutorialzinho simples que mostra pro jogador como é legal ser o avatar e sentar a porrada num monte de bicho ao mesmo tempo. Aí a história volta no tempo e coloca o jogador numa partida de pro-bending, que inteligentemente serve de tutorial pra ensinar o jogador como se esquivar e se defender. Depois disso Korra é raptada e perde seus poderes por algum motivo que ninguém sabe, e foda-se aquele lance de ficar dando porrada com os elementos todos. O jogo começa de forma bem sem graça, só com golpes simples, sem elemento nenhum, mas vai ficando melhor conforme você vai recuperando seus poderes, um a cada fase. Infelizmente você só recupera todos quase no final do jogo de formas que fazem tanto sentido quanto a perda deles (SPOILER: nenhum sentido).

A história é só uma desculpinha besta pra você poder lutar contra um monte de buchas e um chefe aqui e ali, contada em cutscenes com uma animação bem sem vergonha e meia dúzia de diálogos mal escritos que normalmente só servem pra te explicar alguma coisa. Nem fan-service o jogo faz direito: a verba parece ter sido tão curta que só deu pra pagar a dubladora da Korra mesmo. Jinora aparece de vez em quando pra ensinar algumas coisas, Bolin e Mako fazem uma pontinha insignificante e o vilão é um velho aleatório que saiu sabe-se lá de onde, igual aqueles vilões de filme de Dragon Ball.

Se você está aqui só pela ação, a história é até passável. Porém, os reflexos de ser um jogo licenciado não param por aí.

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Mesmo sendo curto, os ambientes são repetitivos, vazios e sem graça e você luta contra os mesmos cinco ou seis inimigos durante todo o jogo (de vez em quando eles aparecem com cores trocadas pra variar um pouco). Nota-se que não faltou só verba pra expandir o jogo, mas também tempo pro polimento de muita coisa. Entre uma fase e outra, você tem uma espécie de Temple Run com a naga (a cachorra-urso da Korra) correndo, pulando e desviando de obstáculos num mini-game até legal, mas notavelmente desbalanceado e às vezes bem difícil. Inclusive, durante o jogo normal mesmo a dificuldade eventualmente dá um saltos estranhos. Felizmente você tem vidas infinitas e os itens par restaurar vida são baratos.

Num geral, a dificuldade do jogo está bem mais próxima de um Bayonetta do que de um jogo de desenho licenciado da Nickelodeon.

Qualé a desse tal de... The Legend of Korra

Apesar de todas as falhas, The Legend of Korra pode ser uma boa pra fãs da Platinum que querem só brincar de fazer combos dobrando elementos de formas criativas por um preço mais baixo que o normal. Já para os fãs da série que estão procurando algo legal com seus personagens tão queridos… eu recomendo ver a quarta temporada que começou recentemente e está bem boa.

 The Legend of Korra está disponível para Xbox 360, XONE, PS3, PS4 e PC por 30,99 reais.

Tuba

Sobre

Arthur “Tuba” Zeferino é co-criador do site, programador e brother indie.
  • Twero

    É, com orçamento baixo e uma (possível) dedada da produtora, nem a Platinum faz milagres.

    Fico feliz que o jogo esteja baratinho e que a dev se saiu bem no que ela sabe fazer de melhor, apesar dos pesares.

    Talvez eu compre, se sobrar dinheiro.

  • Andrei Avelino

    Que pena. Uma série tão boa com jogos tão fracos.

    • Twero

      Acabei em lembrando: tem algum jogo bom da Lenda de Aang?

      • Andrei Avelino

        Do aang eu joguei the last airbender e the burning earth e os dois eram bem fraquinhos. O into the inferno joguei bem pouco, mas o que vi não empolgou.

      • Diretor Coulson, O Filho Legal

        Tinha uns dois de PS2, mas eram bem fraquinhos, contudo, esse parece ser melhor, visto que nos de PS2 nem o combate salvava.

      • Eduardo

        Os jogos de Nintendo DS são bons. Melhores que o de PS2

  • Vinicius Sanchez Dos Santos

    Gostaria de saber se será lançado para o Xbox One do Brasil. Nos EUA já lançaram, aqui não.

    • A versão do 360 está disponível na Live BR então imagino que vá ser lançado sim.

  • É impressionante como a Nickelodeon só tem talento mesmo pra vender animação e olhe lá. Não acredito que possa ser coincidência que os jogos da série Avatar sejam horríveis por culpa dos desenvolvedores, seria muita má sorte, só me resta achar que a Nick tem algo a ver com essas merdas.
    Eu joguei o primeiro no Game Cube, é muito bonito visualmente, mas sem sal, sem qualquer impacto como jogo, o melhorzinho foi um pra Nintendo DS em que dava pra resolver puzzles baseados nos poderes de cada um com a stylus. Esse novo tá parecendo que foi mais uma vítima dos igualistas da Nick, querem tudo igual e sem sal, kkk!

  • Caio Porto Ramos

    Bem que eu tava estranhando o jogo não ter um trailer amplamente divulgado até uma semana antes do seu lançamento

  • Rod

    Botando só na pegada de compartilhar a opinião mesmo: como o Tuba falou, é mais um jogo pra quem é fã da Platinum do que quem é fã de Korra. Eu mesmo nunca assisti a série, então a ligação com o material original ser irrisória não me fez muita diferença.

    É um jogo curtíssimo e meio que um Bayonetta-lite, mas o sistema de batalha – o real enfoque da parada – tem bastante coisa bacana. Níveis pros poderes, combos contínuos enquanto se alterna os elementos, amuletos que modificam a jogabilidade, esquemas de dodge, block e counter. Técnicas avançadas como o Dodge Offset, os ataques carregados, e o sistema de Chi – os quais podem ser utilizados os três AO MESMO TEMPO causando uma diferença devastadora, necessária quando jogando no Extreme. Air MAX + Full Charge + Charge Armor + POW 2x = você é uma força demolidora.

    No fim ele é meio que um petisco pra quem não tem um Wii U pra jogar Bayonetta 2, mas como um jogo de ação, mesmo anêmico em certas partes, ele é divertido. Pra um título licenciado de 15 dólares baseado em uma animação, disponível apenas em formato digital, provavelmente feito com pouca renda, por um time B, pra cinco plataformas diferentes, e num espaço curtíssimo de tempo, eu diria que ele cumpre bem o seu papel. Pode não ser o melhor jogo sobre Korra, mas é um bom jogo de ação, e acima da média do tratamento que títulos licenciados geralmente recebem.

  • Realmente, a quarta temporada tem-se mostrado a melhor das 3 (minha opinião).

    A sensação de “vou sentir uma puta saudade dessa merda” aumenta a cada episódio lançado aos sábados…='(

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