Não precisamos de dubladores famosos, precisamos de dublagens melhores

Caso você tenha passado os últimos três dias embaixo de uma pedra, deixa eu te contar a nova: saíram alguns vídeos com a dublagem da Pitty como Cassie Cage, em Mortal Kombat. O resultado… é, não ficou bom.

A dublagem parece corrida e sem emoção, do tipo que foi feita às pressas só na base da leitura e a cantora não parece ter recebido uma boa – ou qualquer – preparação prévia para que o trabalho fosse melhor. Isso se torna ainda mais destoante quando há interação com outros personagens que tiveram vozes feitas por dubladores profissionais, e erros grosseiros de tradução (“I got this” pra “Eu tenho isso”? Não dá pra justificar) complementaram o pacote. Como isso aconteceu, como deixaram isso acontecer, quem foram os reais responsáveis, e, por Deus, como ninguém questionou isso na hora de dar a luz verde pra finalizar o projeto?

Enfim. Internet afora, galera viu e resolveu descer o pau na Pitty, descer o pau na WB, descer o pau em Mortal Kombat, no Lula, na Dilma, em todo mundo. Como descer o pau por descer o pau é uma forma pobre de se tentar conquistar audiência, eu preferi escrever aqui o porquê disso ter acontecido do modo que aconteceu e questionar se vale mesmo a pena manter esse modelo.

Não fui eu que fiz isso.

Eu não preciso enumerar o óbvio: contratar um famoso para fazer parte do seu produto é garantia de que mais pessoas vão estar prestando atenção naquilo. A expectativa é que o buzz gerado se traduza em mais vendas, ou mais ingressos, ou mais qualquer coisa. E não é segredo: muito mais gente no Brasil ouviu falar sobre Mortal Kombat X tendo a Pitty no elenco de dublagem do que se não tivesse.

Falatório por falatório, existem dois problemas significativos que nascem da prática de chamar um famoso que não tem tanto a ver com a obra pra fazer parte dela: a primeira é que a qualidade de um aspecto da obra será comprometido; a segunda, decorrente da primeira, é que a opinião pública da obra será comprometida também.

Eu não quero aqui fazer pouco caso ou descer o pau na minha conterrânea. Eu gosto e respeito o trabalho da Pitty. O problema é que o trabalho dela não é dublagem ou atuação: o trabalho dela é a música. E ser cantora e dubladora são duas coisas diferentes. Quando você chama alguém que não é qualificado para fazer um trabalho, você enfrenta as consequências. E no momento, a moda vai ser descer o pau na Pitty até por coisas que ela não teve nada a ver, como a tradução. Sim, ela ganhou pelo trabalho, e a WB Games ganhou pelo buzz, mas se quase todo mundo que tá falando por causa disso e tá falando muito mal, estamos essencialmente aceitando uma estratégia de marketing na base do “falem mal mas falem de mim”. Será que essa é realmente a melhor estratégia a ser feita?

Curiosamente, essa história é análoga à de Roger Moreira do Ultraje a Rigor em Battlefield: Hardline, onde ele (ironias à parte) interpretava um policial cubano que se via no meio de toda uma corrrupção. Assim como no caso de MKX, a dublagem não ficou boa por Roger não ter experiência nesse ramo e sua entonação ser completamente destoante das dos outros personagens. Eu acho que a maior prova do real ceticismo do público quanto a essa escolha é que nós chegamos a ver gente assistindo o vídeo do Hynx dublando na maior zoeira possível e ACREDITANDO que realmente era a dublagem oficial do jogo. (é sério… isso aconteceu)

Enquanto o resto do elenco usa de sua experiência para se fazer soar como um dos personagens, Roger e Pitty falam com suas vozes usuais: o fato de não estarem atuando ou disfarçando suas vozes é, ironicamente, o motivo de suas presenças. Você tem músicos dublando com as suas vozes normais simplesmente porque sim. Para quem compra o jogo e espera jogá-lo em português, isso é um balde de água fria, pois o amadorismo do trabalho vai constantemente tirá-lo da experiência. Enquanto o UOL Jogos se sentiu seguro para dizer que a dublagem de Roger diretamente “estraga” o jogo, eu tomo uma abordagem mais passiva ao simplesmente constatar de que a última coisa que eu gostaria de ter que passar após comprar um jogo é constantemente ter a minha experiência diminuída por causa de um “extra” o qual não pedi e que provavelmente estaria melhor sem. A escolha de botar um famoso para dublar o jogo atrapalha diretamente a minha posição como consumidor de um produto.

Vale lembrar que, como sempre, isso não é uma exclusividade da mídia. Quando saiu nos cinemas brasileiros o excelente Enrolados, da Disney, o filme recebeu a tenebrosa dublagem do apresentador Luciano Huck como Flynn Ryder. Desnecessário dizer, mas era um desastre; carente de emoção e incondizente com o personagem, sendo apenas a voz de um apresentador de televisão ao invés de uma voz para o Flynn, ela fez o trabalho de estragar um filme de uma empresa que costuma ter um esmero ímpar com seus elencos de dublagem.  Outro exemplo foi a presença da apresentadora Marimoon como Vanellope em Detona Ralph, cuja voz estridente suspeito ainda ser o motivo pelo qual eu não gostei nada do filme. (só tinha sessões dubladas e eu tava matando tempo, me dá um desconto)

Pedimos desculpas a todos os leitores por esta imagem

Não é meu trabalho dizer à grandes corporações como fazer o trabalho delas, mas me parece algo digno de nota: como ela atualmente está, a nossa mídia se beneficiaria mais de dubladores profissionais ou pessoas com experiência em atuação do que de celebridades fazendo papel de dubladores. E esse é um exemplo que as próprias empresas supracitadas já seguem, mas não são tão mencionados: tipo a dublagem de Injustice (também da WB!) com Guilherme Briggs e as vozes brasileiras características dos super-heróis, ou então as dublagens profissionais presentes nos jogos da Blizzard, como Starcraft 2. Não digo pra riscarem de vez qualquer pessoa só por ser famosa: atores, em geral, já ganham a vida dando vida a outros personagens e podem ser escolhas competentes. Talvez não sejam: basta olhar a apatia extrema, quase sarcástica de Peter Dinkage em Destiny. Mas apresentadores, músicos, e outros famosos que nunca fizeram nada do estilo na vida… provavelmente não.

Mas, como eu já disse, isso não é algo que cabe a mim avisar. Vocês definitivamente já viram qual foi a reação do público quanto a jogos dublados por celebridades famosas mas sem experiência na área – e, em vários lugares, é uma recepção bem mais crítica, ácida e nociva do que a que vocês viram por aqui. Se vale a pena continuar a prática para tentar vender mais cópias mas deixar os seus próprios consumidores reclamando no final… bom, aí já não é uma decisão minha, né?

Sobre

Rodrigo "Rod" é de Salvador, Bahia. Estuda psicologia, finge ser escritor, e acha que entende alguma coisa sobre game design.
  • Eu só não tiro uma foto do meu anus para você comer pq seria banido do site. É esse tipo de crítica que precisamos.

    O Guilherme Briggs chegou a dar uma entrevista pro finado Kotaku BR falando que o processo de dublagem de jogos no Brasil é muito amador. Eles recebem um texto para falar sem o jogo na mão e sequer conseguem saber como atuar por falta de estrutura. Mas, sejamos justos, a Sony tem feito dublagens honestas em seus jogos, como foi em Infamous. Não vou dizer boas, mas não estragam a experiência do jogo.

    Acho que não preciso nem dizer como é importante esse processo de localização. Tenho amigos que, mesmo com um trabalho ruim ou mediano, se beneficiam muito por simplesmente não sacar nada de inglês. Quem viveu a época do PS1 e seus piratas em japonês, provavelmente sabe como é tenso jogar em um idioma no qual você não entende nada.

    E capacidade/material, com certeza nós temos. Basta lembrar que a melhor dublagem da história (carece de fontes) é aquele trabalho magnífico que foi Yu Yu Hakusho para o pt-BR.

    • Eduardo Machado

      Não conheci o gamesfoda por querer.

    • joão victor

      AS dublagens da Microsoft tbm são mt boas, como Ryse Son of Rome e Sunset Overdrive

      • A de Sunset Overdrive eu gostei bastante mesmo. Parece filme de Sessão da Tarde, mas combina com a proposta do jogo.

      • São boas mesmo. Isso ocorre porque a empresa não poupa recursos financeiros para a dublagem. A Microsoft visualiza o potencial do mercado brasileiro.

    • Igor

      a dublagem de yu yu hakusho sempre é minha referência pra dublagens de qualquer coisa, os caras fizeram um trabalho do caralho

    • A Blizzard, a Microsoft e a Sony entendem bem o que o pessoal espera de uma Dublagem. Só ver o que eles já lançaram pra gente, só com dubladores professa e com quase nenhum erro de tradução (o que mais se vê são problemas de converter os áudios, que acabam ficando mais baixo do que o esperado).

      Espero que a Warner aprenda a selecionar melhor os dubladores, como ela fez com Injustice e o Arkham Origins e que a Bandai Namco seja mais feliz nessa nova empreitada que e´dublar jogos de anime que virão agora.

    • Victor Gonçalves

      grim fandango tem uma dublagem muito boa e é um jogo dos anos 90 mano, sei la

    • Dublagem de Shadow of Mordor tá muito boa. Acho que é WB Games também.

    • Caio Porto Ramos

      Segura o bonde que a Isabel caiu!

  • Gostei muito dos seus argumentos, enxergo muito mais culpa nas produtoras por escolher celebridades sem experiência no assunto e não ter um mínimo esforço de qualificá-las para a tarefa do que os escolhidos em si.

  • tiagohardco

    Eu não deixaria de comprar o MK por causa da dublagem, mas certamente não jogaria em pt-br.

  • Diego Matias

    Helldivers tá melhor localizado. Obrigado Sony.

  • Eduardo Machado

    Excelente texto, vi um monte de superficialidade desnecessária sobre o assunto. Só uma consideração, apesar de ambas as dublagens serem passivas de crítica (na minha opinião, a do Roger é MUITO pior, mas deve ser por eu não ir com a cara do sujeito) minha pequena amostra me deu a impressão de que parece ser muito mais “divertido” pra alguns, falar mal do trabalho da Pitty, seria porque ela é mulher? nordestina? e recentemente teve algumas viralizações na internet e mesmo na mídia tradicional – tô falando da globo – se posicionando como feminista? Na minha visão, esse preconceito tá incrustado aí e a galera nem percebe. Abraços.

    • joão victor

      concordo com vc

    • Higor Oliveira

      zzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

    • Acho exagero falar que as declarações são porque ela é feminista, assim como acho que é exagero falar que as declarações sobre o Roger são pq ele é conservador. É claro que existem as implicâncias com as ambos por possuírem opiniões fortes que desagradam muitos, mas o fato é que foram duas dublagens anunciadas em um espaço de tempo muito curto entre elas e com qualidade baixíssima. Isso com certeza botou mais lenha na fogueira, porque a expectativa era de dois trabalhos bem horrorosos, e de fato foram.

      Eu tenho uma posição contrária contra o movimento feminista, discordo de várias coisas que a Pitty fala, mas nem por isso acho que tive um julgamento distorcido por isso. Zoei o Roger pra cacete (a ponto de ter ficado chato falar 50x que ele parecia o fucker & sucker), como zoei a Pitty. Inclusive acho a música da Pitty horrível desde que ela começou mas ela deu um dos shows mais fodas que já assisti na vida. É preciso saber separar aquilo que você pensa do trabalho do profissional.

    • Neozao

      Eu acabei achando o contrário: no Roger só rolou uma meteção de pau coletiva, enquanto quando foi nesse caso da Pitty o povo começou a relativizar, dizer que a culpa não era dela, etc. Apontar coisas reais como a falta de direção e tempo, enquanto no Roger não teve nada disso, se contentaram apenas em rir da qualidade – acredito que pra internet geral (ou pelo menos esse nosso núcleo) a imagem da Pitty é muito mais positiva que a do Roger.

    • Nah, na verdade é só uma cagação de regra babaca de sua parte. A dublagem dela tá um lixo mesmo, flws vlws.

    • Eduardo Machado

      Pois é, pode ser babaquice minha – e eu querendo encontrar chifre em cabeça de cavalo – pois de fato ambas as dublagens são de baixa qualidade por motivos melhor explanados em outros comentários. Mas de fato penso como explanei acima, por fazer comparações com outras situações em que no fim se tece a crítica pela imagem do agente e não pelo trabalho executado.

  • joão victor

    A dublagem do Injustice foi dirigida pelo Manolo Rey não pelo Guilherme Briggs 🙂

    • Thales Pedrosa

      Não sei ele editou depois, mas no texto só é dito “com Guilherme Briggs”, não que ele foi o diretor.
      É só uma referência do talento utilizado, como se fosse um “Batman com George Clooney”.

      • HomemBarata

        Sim, foi editado depois. Por algum motivo a gente achou q fosse o Briggs. Obrigado pelo aviso.

    • Rod

      Sim! Você e um amigo meu vieram me avisar sobre esse erro. Não tava no pc na hora então pedi pra consertarem, como já disse (e fez) o Tuba. Valeu! (:

  • Twero

    Como fã desde pequeno de dublagem (cheguei a sonhar em ser um quando tinha uns 12 anos, hoje sou tradutor sonhando em traduzir para dublagem), permitam-me reforçar os pontos do Rod e apresentar novos.

    Em primeiro lugar, vejam esse vídeo do Nelson Machado (vulgo dublador do Kiko de Chaves) sobre Famosos em Dublagem:
    https://www.youtube.com/watch?v=zLJQJem9aEw

    Em suma, isso não é uma atitude de hoje, e chegava a usar músicos na primeira dublagem da história do Brasil. E isso não se limita aqui: em dublagem de animações americanas vivem chamando famosos (sim, estou olhando pra você, Rihanna nesse filme da Dreamworks) e cai no que o Rod disse: fazem isso para chamar atenção, para aumetnar as vendas e por aí vai…

    Sinceramente, eu não tenho problema em chamarem famosos, mas que chamem atores e preferencialmente não deixem que o trabalho fique precário.

    Querem exemplos de famosos que dublaram e que acertaram no trabalho? O Rodrigo Lombardi é um ator global que já dublou alguns filmes da Disney, como A Princesa e o Sapo e o draco de Como Treinar o seu Dragão. Ele entende o que o trabalho exige e realiza o trabalho como qualquer outro ator, além de quebrar o galho da distribuidora em querer divulgar o filme.

    Outro: O Chico Anísio dublando o velhinho Carl Fredricksen em Up! é, na minha humilde opinião, o trabalho mais passional e emotivo que eu já vi do homem que marcou como humorista.

    E outro que eu sinceramente fiquei com um pé atrás, mas no que no final entregou um trabalho melhor do que eu esperava: Fábio Porchat. Sinceramente eu não sou fã do seu humor e da sua atuação nos vídeo do Porta dos Fundos, mas ao vê-lo dublar em Frozen como o Boneco-de-neve otimista Olaf deu uma aura incrível ao personagem. Tirei o chapéu pro que ele fez.

    Ou seja, acredito que o problema não seja com os famosos, o problema está em pegar gente que não tem formação como ator e da direção de dublagem em simplesmente não pressionar o dito cujo a fazer ao no mínimo apresentável.

    Foi pro causa dessas de chamar o Luciano Huck pro Enrolados que a Disney Brasil perdeu seu diretor criativo de dublagem mais foda e profissional que ela já teve.

    • Caralho, eu não consigo ver esse vídeo sem pensar que é o Carlos do Chapolin falando algo, puta esforço pra me concentrar.

    • Rod

      Velho, vocês não cansam de nos dar orgulho, não? ♥

      • Que nada, eu que agradeço por criar a postagem e permitir que a gente debatesse sobre esse assunto que amo tanto. <3

    • Thiago Nunes

      Compartilho da mesma opinião do Twero. E só pra engrossar a lista de exemplos de boas dublagens com atores que não tem o foco nem a fama na dublagem: A Nova Onda do Imperador. Tem Selton Mello, Humberto Martins, Marieta Severo e, claro, um Guilherme Briggs pontual pra brindar um elenco que já estaria afinado mesmo sem o trabalho dele na voz do Kronk.

  • Twero

    Agora, quanto à dublagens sem emoções em jogos ou erros estranhos de tradução, vindos até do mais profissional dublador chamado, e que até o Guilherme Briggs reclama constantemente, se deve a COMO os jogos são dublados e localizados:

    Não há respaldo nenhum: são só linhas de diálogo e o áudio original como fonte de referência. Não existe recurso visual porque a distribuidora não disponibiliza, por N motivos. E isso complica o meio de campo, com o profissional precisando se virar nos 360º com o que tem.

    Para se terem uma ideia melhor, a PlayTV chegou a entrevistar o Manolo Rey que dirigiu o Injustice, além do Phelippe Maia e o próprio Briggs relatando um pouco da experiência de dublar um jogo.
    https://www.facebook.com/video/video.php?v=489714644417724

  • Twero

    E, pra fechar, recentemente a Level-Up chamou o Tadeu Melo (vulgo Tatá, conhecido pro sempre dublar o Sid nos filmes da Era do Gelo) para dublar um personagem cangaceiro em um MOBA dela:
    https://www.youtube.com/watch?v=5YRDJtyF-Eo

    QUEM ME DERA que tantos famosos tivessem essa percepção do que é dublar um jogo, do que é entender o personagem e o processo da dublagem, além de fazer a divulgação básico. Sendo bastante sincero, eu fiquei curioso em conhecer mais esse MOBA (mesmo ele aparentando ser meio básico) só por causa desse vídeo.

    • Outra dublagem fantástica foi a do Vagner Fagundes no Elsword. A voz dele se encaixou perfeitamente no Add. https://www.youtube.com/watch?v=QRD15W7FvYY

      É o mesmo tipo de esmero que ela teve no finado Grand Chase, tirando uns tropeços iniciais. E nem vou entrar no assunto do LoL, que tem um trabalho de dublagem feito sempre com muito profissionalismo.

    • Smite é bizarro, é em terceira pessoa ao invés de “isométrico” como DotA e LoL, mas é divertido sim

  • Higor Oliveira

    A dublagem de Alien Isolation é um primor perto dessa dublagem de MK.

  • animagamert

    Deviam chamar o Lima Duarte pr dublar… Mandachuva feels…

  • Marcus Menezes

    Acho que estão massacrando demais os jogos dublados, tudo bem muitos não ficaram legal, mas pera lá, finalmente estamos tendo jogos dublados português, aproximando ainda mais o jogador da história. Convenhamos também isso tudo é costume, se desde sempre tivéssemos jogos dublados não teria tanta reclamação, assim como animes, seriados antigos. Prefiro mil vezes ver Saint Seiya e Dragon Ball, dublado, pois me acostumei assistindo assim, já Naruto prefiro 100% legendado. A Dublagem precisa de criticas sim, assim como todas áreas, mas sem ser de forma abusiva. NÃO VEJO A HORA SAINT SEIYA DUBLADO PORRA!

  • Tony Horo

    Acho que isso varia de caso a caso. A própria Warner tem uma dublagem ótima do Injustice, boa parte graças a esse senhor que que faz a voz do Superman.
    Child of Light e Last of Us também foram bem adaptados, o último tendo como único problema a escolha de pessoas aleatórias pra fazer personagens secundários (como o negão com voz de paulista branco, claramente diferente dos outros dubladores. A escolha da voz da Ellie eu tenho sentimentos misturados, já que ela não é atriz de formação mas faz um ótimo trabalho.

    Por outro lado temos Uncharted 3, com vozes ruins todoonde e os casos recentes do Roger e da Pitty.
    Gostaria que chegasse no ouvido dessas publishers que essa reclamação é válida, e que eles não transformem os jogos em um mercado igual o do cinema, com famosos em tudo que é jogo.

  • Caio Porto Ramos

    Parando aqui pra ressaltar que no caso do mortal kombat x, TODA A DUBLAGEM ESTÁ RUIM.

    A controvérsia não cai apenas sobre chamar um famoso, mas a direção de dublagem foi pobre em comparação a Injustice ou Arkham Origins.

    É só era o vídeo que o Rod postou. A falta de emoção, ou emoção errada está em todos os personagens.
    Dêem atenção ao personagem que usa um arco e flecha: na hora de responder à Cassie, ele fala em tom de dúvida, quando era evidente que a resposta deveria sair em um tom de irritação, indignação.

    Tô ressaltando isso em todos lugares que passo pq tão apedrejando a cantora, pedindo abaixo assinado pra mudar apenas a voz dela, quanquando todo o jogo tá fraco.

    Então, galera, pode reclamar, mas não direcionem tudo pra cima de uma pessoa. A WBGames deveria ter escolhido uma estúdio melhor, como já o fez em projetos anteriores.

    • Nossa sim, o texto dessa dublagem tá terrível, ninguém tá atuando bem, deu tudo que podia dar errado nesse projeto.

      • Leonardo Marques

        A dublagem do Mortal Kombat X foi mal dirigida, simples assim. Mesmo algumas vozes conhecidas como a Angélica Santos, Tatá Guarnieri, Wellington Lima e o César Marchetti (só pra citar exemplo) parecem até que estão fora de forma, enferrujados e travados naquele formato. Mas seria bem pior se mandassem dublar em Miami, já que chamam qualquer um que mora na cidade e que fale português fluentemente só pra LER o texto traduzido sem ao menos pôr um pingo de emoção e vontade na atuação (sério, o estúdio que tem lá, o The Kitchen, realmente faz isso. Chega até a ser assustador alguns trabalhos que esse estúdio faz)

  • Sabrina Palladino

    Achei muito interessante o artigo! Quando precisava de algo do gênero não achava, agora que já não preciso, é só sobre isso que se fala! rs
    Digo isso pois no ano passado fiz uma pesquisa de Iniciação Científica na faculdade sobre Dublagem dos games, uma pesquisa na área de tradução!
    Fiz um comprativo entre o que deu certo e o que deu errado na tradução e/ou dublagem do The Last of Us.
    Concordo com o que você disse sobre a tradução e a dublagem do Mortal Kombat, no entanto o que mais me pergunto é sobre em que condições o trabalho e o processo de tradução se deu.
    “I got this” para “Eu tenho isso” é claramente um exemplo de tradução literal, mas depois de fazer a pesquisa nessa área eu realmente evito fazer críticas afiadas. Não sei se é sabido pelo público ou se são todas as empresas que realizam essa prática, mas o tradutor, quando recebe o trabalho de tradução, recebe nada mais nada menos que uma planilha do excel, contendo nome da personagem e sua fala e uma BREVE descrição do contexto….
    Supondo que esse tradutor recebeu a seguinte descrição “A personagem está se preparando para a luta”, por mais que seja um tradutor que conheça e saiba sobre o mortal kombat, provavelmente ficaria muito perdido, pois não saberia se a personagem estaria segurando uma arma ou whatever…. ou seja, o tradutor, dificilmente (quase nunca) verá a cena da fala… Isso é o que torna o trabalho ainda mais desafiador. Falo isso pois sou tradutora e recentemente fui contratada para trabalhar para um empresa de tradução de games, estou literalmente apreensiva sobre minhas futuras traduções rs rs rs.
    Já sobre os dubladores, acredito que todos sejam atores, pois eles interpretam um personagem. A Pitty não encaixou no jogo, mas como vc mesmo disse, ela não tem experiência sobre as milhões de técnicas utilizadas para se fazer uma dublagem… e existem muitas técnicas, não se trata de um dubsmash rs rs rs. Não gostei no Luciano Hulk como o Flynn, mas adorei a marimoon como a Vanellope, achei que coube perfeitamente a personagem e ela soube transmitir as emoções ao público… temos ainda um bom exemplo de famoso-dublador, o Fábio Porchat como o Olaf de Frozen, ficou genial!
    Talvez eu não saiba onde quero chegar com isso rs, só acho que as críticas estão, de certa forma, severas demais. Conheço pessoas que odiaram o trabalho (de arte!) de dublagem do The last of Us (sabemos que a Naughty Dog respondeu a altura às críticas do Uncharted)…. Assim como conheço pessoas que gostaram muito do fato do Mortal Kombat ser dublado. Acho que deveria haver um meio termo nas críticas, como um bom senso das empresas de atender aos pedidos dos gamers por traduções e dublagens melhores.
    Além disso, devemos pesar a questão social envolvida (questão social, sim!), com o mercado de games em ascensão e o poder de compra por parte da população muito maior (atire a primeira pedra quem discordar- hoje muita gente de baixa renda pode comprar um videogame usado, ou novo em parcelas) o acesso ao game dublado por pessoas que não tem o MÍNIMO de contato com o inglês é muito maior e para elas essa melhor qualidade que nós, que conhecemos pelo menos o básico para saber o que é uma tradução literal, exigimos não faz tanta diferença. O que faz diferença para essas pessoas é o fato de hoje elas poderem jogar games e entenderem o que, de certa forma, o que acontece ou o que as personagens falam.
    Precisamo sim de mais games dublados! E precisamos também de pesquisas na área! Se na área de tradução audiovisual (filmes, séries, desenhos etc.) já é escassa, imaginem na área de localização de games. Acho que todos deveriam conversar mais sobre esse assunto e incentivar a academia a levar ele mais a sério!!!
    Ufa! acabei! rs rs rs
    Ótimo blog!!

    • Matias Peruyera

      “no entanto o que mais me pergunto é sobre em que condições o trabalho e o processo de tradução se deu”

      você porque sabe e estuda e eu porque faço uma ideia a partir de amigos que trabalham com isso. Mas em tanto que consumidor eu não posso me importar, tenho que exigir um produto que mereça meu dinheiro. Minhas críticas vão sim ser afiadas. Tudo num game é caro, então porque a tradução tem que ser barata? E eu porque sei um pouco de inglês e posso jogar com as legendas em inglês, mas e quem não sabe nada, como o exemplo que você citou?

      Enfim, como você disse, precisamos de mais pesquisas, e também de empresas que leiam essas pesquisas.

  • Edimartin Martins

    Acho que já deve fazer uns quatro anos que eu abandonei totalmente a dublagem brasileira simplesmente porque ela não tem cultura, não existe aquela preocupação com o consumidor. Mas eu entendo totalmente a razão de os jogadores reclamarem.

    Não é de hoje que o sistema de dublagem brasileiro vem fazendo as suas cagadas: Como no filme “Dumb and Dumber” (vulgo Deby e Loyde) aonde o filme na emissora Globo tinha um áudio, e no SBT tinha outro totalmente diferente. Ou então como ocorreu com o filme “Back to the future” (De volta para o futuro) aonde, outra vez, na globo tinha uma dublagem, e o box em DVD possuindo outra dublagem totalmente diferente aonde o “Marty McFly” recebe a mesma voz do personagem “Joey” da sitcom “blossom”. Ou também o problema da dublagem do programa “The big bang theory”, que não conseguiu a audiência desejada no SBT, sendo dublado por crianças adolescentes “RESTART”.

    Eu acho que a questão sobre a reclamação do público sobre as dublagens tanto do “ROGER” quando da “PITTY” é: “Se um pedaço de cocô possui a bandeira do Brasil. Você é obrigado a gostar dele?” A qualidade está ruim, mas como isso está impulsionando a produção de áudio em português brasileiro, eu não tenho o direito à reclamação? Ou então, não pode reclamar porque vai que eles removem todas as dublagens nos seus jogos futuros, por acreditarem que o público brasileiro não quer as novas dublagens e isto ocasionar em “dinheiro jogado fora”.

    Na minha opinião. Se houver a opção de troca do áudio brasileiro pelo original legendado, eu não to nem aí se colocarem o “Silvio Santos” dublando o “Scorpion”. Eu sempre joguei jogos no idioma original e não é agora que eu vou parar de jogar por causa disso. Mas existem no país um público amante de filmes e jogos no áudio “PTBR”. E esse público possui toda razão de reclamação. Só que esse “feedback” não está sendo acento, como exemplo do “ROGER” no “twitter”. E é sobre essas ações que o público consegue ver a sua importância para os artistas (não dubladores).

    Eu sempre procuro ver filmes e jogar jogos no áudio original. Se existir a ausência do mesmo, eu simplesmente não vejo. Essa é a razão de eu não ter visto o filme “The SpongeBob Movie: Sponge Out of Water” (por não encontrar versões legendada) e também de, mesmo tendo um xbox 360, não ter comprado versões mais novas do jogo HALO, após ter visto que HALO 3 não possui opção de jogar com áudio original.

    PS: No caso do filme “Wreck-It Ralph”, eu consegui ver a única sessão no shopping “Bourbon Country” em “Porto Alegre” em um sábado, acho que 11 horas da noite (ou 9 acabando as 11, não lembro direito). Era a última sessão do dia apresentando o filme em seu áudio original.

  • Pingback: "As pessoas tem o direito de gostar ou não", argumenta Pitty sobre a dublagem de Mortal Kombat X - Conversa de Sofá()

  • Caio Oricchio

    pois é, o paradoxo do famoso dublando: acham q se mudar demais a voz dele, vai perder o propósito do famoso estar lá, sendo que não – se mudar a voz e ficar BOM o trabalho, ainda que a voz fique quase irreconhecível, o marketing vai estar feito já e quando as pessoas forem ver como ficou, vão se surpreender pro bem.

  • Excelente. Não há palavra melhor para qualificar o texto. Sua crítica apontou os problemas reais da versão brasileira dos videogames.

    Um abraço.

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