Qualé a desse tal de… Chroma Squad

  16/07/2015 - 15:24   Chroma Squad, review, sentai,  
 

Olha, eu respeito o pessoal que gosta de super sentais, mas pra mim é um troço que não dá mais não. Quando criança eu era fanzaço de Jaspion, Changemen, Flashmen e sei lá mais o que, mas hoje quando eu assisto é mais pra sentir aquela nostalgia da infância e dar risada dos efeitos toscos. Tentei assistir uns mais novos, mas nem efeitos toscos eles têm mais, hoje o troço é bem feito pra caralho, aí eu só acho meio bobo mesmo. Não é mais pra mim.

Mas respeito os fãs, respeito a Behold e respeito Chroma Squad, afinal ele é um RPG tático com uma temática diferente da maioria. Já é raro ver um jogo do gênero com uma ambientação nos dias atuais, então imagina um inspirado em seriados japoneses. Ótima sacada. Não só isso como ele ainda tenta manter aquela metalinguagem do jogo anterior do estúdio, Knights of Pen & Paper (que inclusive tem o Hynx aqui do site como personagem), onde você estava não simplesmente num RPG, mas numa mesa de RPG, com um mestre e tudo mais. Aqui você não controla simplesmente um esquadrão sentai, mas gerencia um estúdio que faz um seriado do gênero, tendo que ficar de olho na audiência dos episódios, se virar pra comprar ou fazer roupas pros atores e montar seu próprio robô gigante.

Tem bastante coisa pra fazer nessa parte do jogo, então é bom que a ação propriamente dita seja uma coisa mais simples. Chroma Squad está bem longe de jogos como Final Fantasy Tatics e Disgaea (nossa) nessa quesito. As lutas acontecem em um plano só, tanto faz se você acerta o inimigo por trás, pela frente ou por cima, e você leva sempre os mesmos cinco personagens pra batalha (às vezes aparecem uns convidados). O mais complexo que dá pra fazer são os ataques em conjunto, quando dois personagens atacam um monstro ao mesmo tempo. É bem simples de entender e extremamente acessível pra quem nunca jogou nada do gênero.

Isso não significa que o jogo seja fácil. Ele é bem simples, mas em muitas fases você precisa usar o pouco que tem pra criar uma estratégia contra os inimigos bem variados que o jogo apresenta. Em algumas fases senti até uma subida brusca na dificuldade, a última em especial me prendeu por um bom tempo. Eu teria ficado frustrado se não fosse a criatividade dos inimigos, da sua historinha cheia de plot twists e do bom humor nos diálogos do jogo.

É um jogo que me fez rir bastante. Que não se leva muito a sério e que é meio bobo porque, convenhamos, sentais são meio bobos… pelo menos pra mim. E ele é um jogo que reconhece tem gente que pensa como eu e abraça esse lado bobo da coisa, mas ainda respeitando os fãs, tentando ser fiel às convenções do gênero e enchendo o jogo de referências (algumas bem obscuras).

Chroma Squad tem uns probleminhas com a dificuldade, uns bugs aqui e ali mas são problemas que acabam não fazendo diferença porque sempre tem algo divertido acontecendo, seja você fã de caras de roupas coloridas batendo em monstros ou não.

Tuba

Sobre

Arthur “Tuba” Zeferino é co-criador do site, programador e brother indie.
  • Thales Cézar Castro

    Excelente análise, Tuba! Terminei o jogo anteontem e posso dizer que ele foi um dos que mais me entreteve este ano. Vale a pena por todos estes aspectos que apontaste.

  • reen

    Muito bom o review, mas senti um pouco a falta daquela pessoalidade que os reviews daqui costuma ter, a parte técnica que abordou sobre o jogo como um jogo ficou legal, mas seria melhor se tivesse sido feito por alguém que realmente curte sentais. O jeito que o tuba falou fez parecer que assistir sentais é mais uma guilty pleasure e não é esse o sentimento que eu tenho quando vejo, então não deu pra conectar muito com esse review como dá com os outros.

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