Eu ia começar isso aqui dizendo que Submerged parece uma mistura de Assassin’s Creed com Wind Waker, mas aí eu percebi que Assassin’s Creed IV já é basicamente isso e a comparação acaba soando meio boba. De qualquer forma eu acabei começando assim mesmo então vamos continuar e dizer pra você que enquanto em Assassin’s Creed IV as partes de navegação e de escalada eram bem distintas, aqui elas estão mais unidas.

Submerged é um jogo quase que só sobre exploração, às vezes na horizontal e às vezes na vertical. Sem nenhuma explicação prévia, você cai num mapa composto de um marzão bem grande cheio de topos de prédios abandonados e, com um barquinho simples, começa a procurar por prédios pra escalar. No meio dos prédios você encontra pedaços da história do que aconteceu com aquele mundo, além de coisas pra ajudar o seu irmão doente.

É interessante como saber a história do mundo é opcional, mas saber a história da protagonista e do seu irmão não. As duas estão bem separadinhas no seu diário, mas a primeira você só aprende se você estiver engajado em sair explorando o mapa e buscando os pedaços dela. A segunda você aprende só por seguir a “quest principal” do jogo, achando itens em caixas vermelhas nos maiores prédios do jogo, todos com alguma marcação vermelha também, em contraste com o mundo que é cheio de verde, já que as plantas dominaram tudo que sobrou.

Pelas plantas, o que dá pra saber é que se passou muito tempo e que Submerged é um jogo pós-apocalíptico, mas em um contexto bem diferente do que estamos acostumados. Você nunca não se sente em perigo. Pelo contrário, aqui os “zumbis” é que se escondem e fogem de você. A sensação que você tem é de estar mesmo em um lugar novo e querer descobrir mais sobre ele, inclusive porque existem zumbis que não são exatamente zumbis ali.

Tudo é contado por imagens simples, sem nenhum texto, e pelo próprio cenário. Dá pra extrapolar fácil o que eram e o que aconteceu em algumas áreas da cidade, só pelo topo das construções.

E sendo ele um jogo propício para a exploração e contemplação, é de se esperar que ele seja bem bonito. O que ele é… apesar de algumas animações meio travadas e uma movimentação meio estranha da lancha que você usa durante 80% do jogo. Mas quando está parado, todas as imagens usadas aqui foram feitas com a função “cartão postal” do jogo, que serve exatamente pra você mostrar como o jogo é bonito.

Dá pra ver que faltou um pouco de polimento em alguns detalhezinhos como algumas animações e em como os prédios foram bem pensados pra se subir, mas não pra descer. Sabe em Assassin’s Creed como é legal desvendar o puzzle de como subir numa torre alta, mas depois que você chega lá em cima você pode se jogar só porque descer ia ser um saco? Aqui nem sempre você tem essa opção de sair rápido do topo e já voltar pro barco, e, por mais legal que seja o puzzle de descobrir o caminho pra subir, a descida é um saco e bem mais difícil.

Essa eu tirei antes de descobrir a função “cartão postal”… fica aí pra vocês verem a hud do jogo

Essa é uma coisinha besta que você só nota a diferença quando não tem, assim como a falta de setas e indicadores mostrando sempre onde você tem que ir como a maioria dos jogos de mundo aberto tem. Mas isso eu vejo como algo bom e totalmente de acordo com a ideia do jogo de querer que você se perca no mundo. Fora que fica muito mais limpa a tela sem aquele monte de seta colorida e texto.

No fim das contas, nem Assassin’s Creed, nem Wind Waker: Submerged é um caso unico de jogo pós-apocaliptico sem combate onde você se sente confortável e é incentivado a andar livremente pelo mundo. Pra quem gosta de só relaxar e se perder num mundo novo, é uma experiência bem interessante.

Submerged está disponível pra Windows, PS4 e XONE. Esta análise foi feita a partir de uma cópia de review da versão para Windows nos cedida pela Uppercut Games.