Qualé a desse tal de… Hyper Light Drifter

  5/04/2016 - 15:06   hyper light drifter, review,  
 

Depois de uma introdução que é quase uma vinheta da MTV da época do pão francês a 10 centavos, Hyper Light Drifter não te diz nada.

Ele sabe que não é um jogo famoso e que se você está jogando é porque você é desses que joga coisas mais obscuras e já deve ter uma certa experiência com jogos. O suficiente pra ver uma porta trancada com o desenho de X coisinhas e entender que pra você abrir essa porta vai precisar coletar este número de coisinhas. Você vê inimigos no mapa e você sabe que precisa matá-los, você vê coisinhas brilhantes e você sabe que precisa coletá-las; Hyper Light Drifter não precisa te dizer isso, então ele não diz.

Ele também não diz que existem mais coisinhas do que aquelas marcadas no mapa, você percebe isso no momento em que encontra uma porta com muito mais coisinhas do que você pegou só pra conseguir terminar o jogo. E talvez você não precise dessas coisinhas extras todas, mas eu preciso porque eu não vou me sentir bem enquanto eu não pegar todas e de qualquer forma, é legal explorar o mapa procurando por elas.

De certa forma, Hyper Light Drifter é sobre achar coisinhas escondidas, e é tão sobre isso que até os itens de recuperar vida ficam meio escondidos. Até o dinheiro é limitado, escondido e você precisa achar quatro “pedaços de dinheiro” pra formar uma unidade que possa comprar alguma coisa!

É fácil comparar com Zelda, a influência é óbvia (tem até uma fadinha te acompanhando), mas o sentimento que eu tive com o jogo foi muito mais parecido com o que tive jogando FEZ. Talvez por ele ser outro jogo sobre pegar coisinhas, talvez pela trilha sonora feita pelo mesmo compositor que acaba ajudando a criar um clima parecido, ou talvez pela ambientação mesmo. Os dois jogos se passam em mundos abandonados e incentivam a exploração caso você realmente queira entender o que aconteceu e está acontecendo naquele mundo.

No entanto, enquanto FEZ ficou famoso por ser um jogo sem nenhum combate, Hyper Light Drifter está no outro extremo e substitui os puzzles por grandes batalhas e desafios de habilidade, que normalmente precisam de bastante maestria do dash e muitas vezes parecem até meio injustas. Mas o combate é bom, bem bom. É simples, mas (como a galera gosta de dizer por aí) tem bastante profundidade. A mecânica de reabastecer um tiro cada vez que você acerta um golpe de espada faz com que você se arrisque mais, ao mesmo tempo que o fato da vida não ser uma coisa tão fácil de se achar faz com que você tenha que se acostumar a usar o dash pra desviar dos inimigos. E são só essas três ferramentas que você tem: tiros, uma espada e um dash. E você tem que aprender a combinar bem esses 3 se quiser terminar o jogo… se quiser fazer 100% aí você tem que aprender a combiná-los MUITO BEM, mas vale a pena.

Na verdade também tem uma bomba que você pode usar, mas é opcional, precisa comprar e nem ajuda tanto assim.

A história também pode ser algo opcional se você só quiser coletar coisinhas e um combate legal. Se não, você vai ter que se virar pra entender porque, por mais louvável que seja a ideia do jogo de tentar contar uma história sem palavras, só por imagens e pelo cenário (o que resulta em cenários muito bem detalhados) ela acabada ficando bem críptica e confusa.

Mas o lance é que Hyper Light Drifter é difícil mesmo, exige uma certa experiência com jogos e um certo esforço, não é pra principiantes. É como o Brasil. É como uma vinheta da MTV. Você pode tentar entender aquela estranheza, pode refletir e discutir com seus amigos o significado daquilo tudo ou só apreciar as belas imagens, explorar, coletar muitas coisinhas e curtir umas porradas maneiras.

Tuba

Sobre

Arthur “Tuba” Zeferino é co-criador do site, programador e brother indie.

Visit the best review site wbetting.co.uk for William Hill site.