EarthBound ganha data de lançamento no Virtual Console… japonês. Devemos ter esperança?

Por Rod | 24/01/2013 – 17:29


Pra quem nunca viu, SPOILER: tem um Ness refletido no visor do Starman!

EarthBound, o RPG de SNES favorito entre os jogadores hipsters, está FINALMENTE chegando ao Virtual Console japonês. Criação de Shigesato Itoi, EarthBound (ou Mother 2 pros mais hipsters ainda) é um RPG diferente onde ao invés de derrotar orcs e dragões você derrota Hippies Retrôs usando um taco de Baseball comprado no terceiro andar de uma megastore. É mais que bacana, é uma obsessão: a gente falou sobre o game em uma das primeiras matérias do site.

Pra quem nunca acompanhou, sente só qual é a novela: a trilogia Mother tem uma relativa fama no Japão, mas no Ocidente, só o segundo jogo foi lançado oficialmente e não deu boas vendas. Se não fosse pela inclusão do pentelho Ness no primeiro Super Smash Bros. (desenvolvido pela Hal Laboratories, que trabalhou em EB), era bem capaz que ainda menos gente lembrasse da série. O que se seguiu nos anos seguintes foi tão bizarro que quase parece perseguição.

“Mas quem diabos é esse puto?” – Ass: todo mundo, inclusive você

A franquia foi insistentemente ignorada pela Nintendo of America: Mother 1+2, do GBA, saiu no Japão e passou batido por aqui. O fenomenal Mother 3, que saiu pro mesmo portátil em 2006 (taaarde), também nunca teve a sua chance de brilhar por aqui. Tanto Ness quanto Lucas foram personagens selecionáveis em Super Smash Bros Brawl, e ambos tinham cenários relativos aos seus jogos (Onett e New Pork City. respectivamente). E ainda assim, mesmo com essa caralhada de coisas da série e uma popularidade crescente. a Nintendo continou tratando Mother como uma ex-namorada frígida, virando a cara para sua existência e só falando dela quando era impossível evitar. Das cinco músicas de Mother em Brawl, nenhuma delas era específica do segundo jogo. Mother 2, que estava  entre os Masterpieces (aquelas demos do Virtual Console) no Brawl japonês, foi o único jogo a ser friamente removido da sua versão americana. Pelo amor do Mr. Saturn, pra que essa ignorância toda com a série, Nintendo? POR QUEEEE??

MOZA TSUU

A internet, em sua eterna sabedoria e falta do que fazer, cria suposições. O que a maioria de nós acredita é que o jogo não é lançado por aqui é graças ao medo abominável da Nintendo de receber processos por infração de direitos autorais. EarthBound faz uma cacetada de referências à coisas da cultura popular como Os Beatles e Monty Python, e tem músicas inspiradas em composições de Chuck Berry, The Who, entre outros. Tem uma matéria enorme explicando essas coisas no Starmen. Seja como for, tem uma cacetada de coisas em EarthBound que poderiam dar um processo (a maioria relacionada à sua trilha sonora), e a Nintendo não parecia interessada em editar o jogo só para lançá-lo no Virtual Console. E aos fãs, o que restava? Se foderem, aparentemente.

Eis que, bom, algumas coisas inesperadas aconteceram nos últimos meses. Em uma entrevista recente, Itoi comentou que estava trabalhando com a Nintendo em algum projeto relacionado a Mother; mas que não era Mother 4, algo que ele especificamente já disse que não planeja fazer. Lembra que eu falei que Mother 2 tava nas Masterpieces do Brawl japonês? Pois é, mas acabou que, estranhamente, o jogo também não havia sido lançado no Virtual Console nipônico… até agora.

Parece coisa que a gente diria

No último Nintendo Direct japonês, a Nintendo comentou que para comemorar o aniversário de 30 anos do Famicom, eles vão lançar alguns jogos a 30 centavos. Entre essas coisas, citaram uma tal de Mother 2 Ressurection Festival, que é como um evento para comemorar o lançamento do jogo no Virtual Console, entre outros. Isso foi acompanhado de uma mensagem pessoal do Itoi no site da Nintendo (você pode ler a tradução desse texto pro inglês no NeoGAF, cortesia do usuário Cheesemeister), onde ele diz esperar que as pessoas que experienciaram Mother 2 possam falar pra outros conhecerem a série também. O jogo vai sair no Japão no dia 20 de Março e custará módicos 30 centavos durante os primeiros 30 dias. Ele terá também um canal de discussão na comunidade do Miiverse, e o Itoi (e seu Mii) estará lá para compartilhar experiências com os outros jogadores.

ZOOM!

 Isso quer dizer que o jogo vai sair aqui ou coisa parecida? Tecnicamente dizendo, não; mas quem é fã de EarthBound vive numa penumbra de incerteza constante, e temos que sair pegando quaisquer migalhas que jogarem em nossa direção.

Quando Itoi falou do projeto, não temos como saber se ele só estava falando desse negócio de sentar a bunda em uma cadeira e ficar navegando pelo Miiverse como se isso fosse muito trabalho, ou se realmente houve alguma outra mudança em si no jogo para acomodar… o que caralhos for que a Nintendo quisesse. É a primeira release de qualquer porcaria relacionada a série em quase 7 anos, então acho que isso vale também. E se a gente está vendo um momento onde até a Nintendo anunciou um remake HD de Wind Waker e um crossover de Fire Emblem com Shin Megami Tensei (convenhamos, ALGUÉM tava esperando uma porra dessas?), eu acho que eles estão saindo um pouco da zona de conforto e fazendo o que podem para chamar a atenção dos jogadores para o seu Wii U.

Não seria a primeira vez que eles modificariam um jogo original para poder relançá-lo no Virtual Console, pois já fizeram isso com Sin and Punishment (menus em inglês) e Pokémon Snap (Leaderboards online) – e, convenhamos, não é como se mexer no código original do jogo fosse uma porra duma tarefa herculeana. Fora que com as informações do Durango e Orbis caindo de pára-quedas a cada dia que passa, eu acho que eles estão é bem certos em mostrar ao público que tem alguma coisa a oferecer – mesmo que estejamos falando de uma mísera ROM de Super Nintendo que seria como o Cálice dos Deuses para a sua fanbase ensandecida.

Talvez “ensandecida” seja pouco

Pode ser que, no fim, essa porra toda não dê em nada, o jogo só saia por lá mesmo, e nós que “don’t speak nihongo” fiquemos a ver Sky Runners navios. Pode ser que a Nintendo continue sendo cabeça dura e não dando aos fãs da série o que eles desejam. e quem quiser jogar legalmente fique pagando uns 100 a 200 dólares pelo cartucho nas gringas (graças à sua tiragem baixa, o jogo vai a preços absurdos dos eBay da vida). Mas quem sabe, né? Só nos resta supor – e esperar, e ver no que vai dar. A gente, que é fã de Mother, fica mantendo essa esperança estúpida pois sabe que EarthBound merecia esse tanto. Isso, e muito mais.

Ok, chega né

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