NEO AGE RETRO GAMER #30: Super Hexagon

  21/03/2013 - 15:08   indie, NARG, super hexagon,  
 

Ou “Os 60 segundos mais longos de sua vida.”

NEO AGE RETRO GAMER #30
Super Hexagon
Terry Cavanagh
2012

Acho que qualquer um que manja desses tais jogos indies já ouviu falar do Terry Cavanagh, ou ao menos jogou algo dele. Tá, talvez nem todo mundo lembre do seu adventure gratuito Don’t Look Back, mas vai dizer que alguém ainda duvida do potencial do maluco depois do fenomenal VVVVVV? Com o estilo minimalista de suas cores pastéis e uma música psicodélica, seus jogos tem todo um jeitão que se torna rapidamente familiar – e o seu jogo mais recente, Super Hexagon, só reforça ainda mais isso.

O interessante de Super Hexagon é que, lendo esse texto, eu levo muito mais tempo para te explicar como o jogo funciona do que você levaria para entendê-lo em 10 segundos de jogo. É minimalismo ao extremo. O campo é um hexágono, e você é um… bom, um triângulo que fica girando ao redor desse hexágono. Obstáculos virão na direção do hexágono em um lado determinado, e você deve ficar desviando dos padrões de objetos para sobreviver. A cada 10 segundos, você vai passando de nível (ganhando “lados”; de ponto para linha para triângulo e por assim em diante), e ao completar 60 segundos você alcança o nível “Hexagon” e o que vier daí pra frente é lucro.

E o que mais? Bom, na teoria, não tem mais; é só isso. Falando assim o jogo pareceria mó merda. Mas como nas melhores obras, o que define não é o conceito, e sim a execução:

Super Hexagon é frenético. Maníaco. Seu tempo para pensar é pouco, seu espaço livre é constantemente restrito, e ele exige que você esteja constantemente fazendo umas revoluções no seu conceito de tempo e espaço para se manter vivo. É como eu ouvi de um brother outro dia que estava ensinando outras pesssoas a jogarem: “o ideal é não pensar”. Sua memória muscular e reflexos vão ao máximo, e é na hora que você fica o mínimo acuado que você falha, dá Game Over, e se culpa por isso. Sorte que um Game Over não é um grande problema, visto que é apertar a barra de espaço e você já voltou pro jogo instantaneamente. A música em esquema chiptune é bacaníssima e empolga tanto que talvez as pessoas demorem a perceber que ela tem um papel importante na jogabilidade (os obstáculos seguem um “beat” semelhante ao da música, algo quase essencial no Hexagonest pra cima)

Eu aprecio, de verdade, a galera que percebe que você encaixar centenas de mecânicas e complicar a porra toda não é uma necessidade para entreter o jogador. Sim, lógico que é essa simbiose de funções que torna um Metroid tão delicioso, mas isso não tira o mérito dos criadores que souberam tornar ideias simples em compulsões eletrônicas maníacas. É a receita que fez o sucesso de arcades doutrora: você não precisa de layouts diferentes para Pac-Man quando os próprios fantasmas já traziam o teor de imprevisibilidade à cada partida. Enduro era um jogo de corrida onde você só desviava de um lado pro outro, e ainda assim, todo mundo lembra daquelas fases que mudavam de cor à medida que o tempo passava. Super Hexagon bebe dessa(s) fonte(s). É simples, é imprevisível, é frenético, é chamativo, é viciante - e nenhuma partida é igual à anterior.

E aqui, temos… hexágonos

Pra quem já ficou curioso, vale lembrar que o jogo iniciou como uma versão Freeware chamada simplesmente Hexagon e que já apareceu aqui no site como um dos Destruidores de Produtividade! Os dois jogos são bem semelhantes, com a diferença que um deles é Super. O Hexagon original só possui uma fase e menos opções, enquanto o Super, que é pago, possui fases novas com outros padrões de desafios, músicas diferentes, e até um modo Hyper que eu acho que só botaram pra dizer que existe visto que nenhum ser humano possui reflexos tão aguçados assim (se você conseguir fazer 10 segundos na primeira fase no modo Hyper, já pode se considerar o pica das galáxias). Existe uma outra diferença parece beeem pequena entre os dois, mas que muda completamente a jogabilidade: no Hexagon original, se você tocar uma parede pelos lados (tipo, sem ser esmagado), você morre. Já no Super Hexagon, você simplesmente encosta na parede e nada acontece. É um detalhe ínfimo que minimiza muito da frustração do original, especialmente quando chegava a hora de enfrentar aquelas espirais malditas from hell.

Aliás, talvez uma das únicas críticas que eu tenha do jogo é que ele nem sempre é “justo”. Como os padrões acontecem um tanto aleatoriamente, tem partidas que podem ser moleza e tem umas onde você recebe uma “shit hand” e vem um formato escroto após o outro. Enfim, isso só seria um real problema se você estivesse um torneio ou coisa parecida, pois jogando sozinho você só vai dizer “whatever” e tentar de novo, e de novo, e de novo.

Sossega que ele não começa TÃO difícil assim

Eu gosto de coisas diferentes. Assim como eu gosto de puzzles, e esquemas arcade, e de jogos rápidos, e de games fáceis de compreender e difíceis de se “masterar”. Quando alguém junta tudo isso em um só pacote, fica difícil não amar. É surpreendente como algo tão corriqueiro e vertiginoso consegue prender de modo hipnótico não só a sua atenção e a de quem estiver ao redor – é o tipo de coisa que, mais cedo ou mais tarde, quem estiver vendo  vai pedir pra jogar também. E eu acho que se um jogo consegue isso, é porque ele está fazendo algo muito certo.

Além dos sistemas operacionais manjados (Win, OS X, Linux) ele também está disponível para iOS e Android, sendo uma alternativa ideal aos Tetris da vida para matar alguns minutinhos (ou horas, ou dias, ou vidas).

“Bom” é pouco. Super Hexagon não é bom. Ele é absolutamente genial.

- Disponível para Windows, OS X, Linux, Steam (R$ 5) , iOS (3 dólares), Android (R$ 6,29) e Blackberry,

Sobre

Rodrigo "Rod" é de Salvador, Bahia. Estuda psicologia mas finge ser comunicador. Acha que entende alguma coisa sobre design de games.
  • http://twitter.com/atanazio @atanazio

    Boa, esse jogo é incrível demais, achei um pouco impossível passar da terceira "fase" e acabei parando, mas é um ótimo exercício pra quem ta meio disperso e quer rapidinho colocar a cabeça no lugar, ou desmantelar ela de vez, sei lá (DA UMAS DOIDERA SE JOGAR D+ CUIDADO)

  • charles_albert

    Um dos melhores indies já feitos. Comprei a versão de iOS, a de PC e a de Android e enquanto sair pras plataformas que eu tenho, eu estarei comprando. Absurdamente brilhante.

  • charles_albert

    Aliás, uma das melhores zueras pra se fazer é dar esse jogo de gift na steam praquele seu amigo que tem motion sickness kkkkkk

  • Danilo Salvego

    E hoje até dia 29, sai por apenas 1,69 (preço de um bombom) no Steam!
    Maravilhoso esse game.

    • charles_albert

      da vez que saiu tava uns 3 reais, eu saí presenteando meus amigos com ele.

  • http://www.facebook.com/pulsotwero Samir Montalvão Fraiha

    Sabia que guardar 3 Dilmas no meu Steam valeriam algo!
    Aproveitei e comprei o pacote completo, o melhor é que eu recebi um outro Super Hexagon para dar para um amigo!

    Valeu pelo NARG, Rod!

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