NEW AGE RETRO GAMER #36: Vanquish

NEW AGE RETRO GAMER #36
Vanquish (PS3, 360)
PlatinumGames / Sega 
2010

Vanquish é um playground.

Vanquish Poder O2, tira até as manchas mais difíceis

Vanquish é um playground onde os seus brinquedos são as suas armas e os inimigos são meros alvos. Vanquish é um playground onde cada canto do cenário, cada ponto no radar, cada onda de inimigos é um presente pra você. Vanquish é um parque de diversões. Vanquish é um parque infantil, também. Vanquish é um parque infantil ao avesso, onde os escorregadores e as escaladas estão dentro caixas de areia, e as caixas de areia estão espalhadas pelas dezenas. Vanquish é, para o destreinado, repetição; e para o veterano, aperfeiçoamento. Vanquish é o instante. Vanquish é o constante. Vanquish é oportunidade. Vanquish é uma puta desbocada. Vanquish é timidez. Vanquish é uma orgia. Vanquish é sensacional.

O leme é do mestre. O leme é de Shinji Mikami. Shinji Mikami fez Resident Evil 4, fez God Hand e fez Vanquish. Mikami entende de jogos de ação. Mikami entende de ritmo, de oportunidades, de variedade, de escolha e de falta de escolha também. Naturalmente, Vanquish entende tudo isso que Mikami entende.

Dica 1: Vermelho. Dica 2: Radar.

Você é Sam. Sam é americano. Sam é uma chacota. Sam é americano, é uma chacota e é o Homem de Ferro. Sam tem a armadura do Homem de Ferro e a armadura desliza, e congela o tempo, e descongela o tempo, e pula, e gira pra um lado, e gira pro outro, e se esconde, e sai da cobertura, e dá pirueta pra frente, e dá pirueta pra trás e desce o cacete. Sam faz tudo que a armadura faz. A armadura tem uma arma. A armadura tem uma arma que vira outra arma, que vira outra arma e que vira três armas, que vira uma metralhadora, que vira um rifle, que vira um lança-discos, que vira uma escopeta, que vira uma motosserra, que vira um lança-foguetes. E as armas vão evoluindo se você vai mantendo, e as armas vão estagnando se você vai abandonando. E você é Sam, e você é a armadura, e você é a arma, e você é tudo isso ao mesmo tempo, e você faz tudo isso aí que foi citado, e você percebe que quando faz tudo isso que foi citado ao MESMO TEMPO – como quando você desliza e desce o cacete em um inimigo e com o recuo dá uma pirueta pra trás e congela o tempo ainda no ar e troca pra metralhadora e derruba cinco inimigos antes de tocar o chão – é que você se sente o completo fodalhão absoluto que Vanquish quer que você se sinta.

Vuassssssh

Ninguém lembra da história. A história, num todo, é uma bosta. Ela sabe que é uma bosta. Não que isso a justifique. Mas isso também não a destrói. Ela só está rindo do fato que é uma bosta, e isso faz eu rir também. Eu gostei dos diálogos. Talvez eles sejam uma bosta, sei lá. Mas eu gostei. Sabe o que eu não gostei? A última cena de história. A última cena é ruim. A última cena é mais que ruim. A última cena é detestável. A última cena é uma das piores cutscenes que eu já vi em toda a minha vida. Fique bem ansioso por ela. Você vai detestá-la. Assista, e se decepcione com essa bendita cena, e imediatamente recomece um novo jogo para esquecer essa bendita – agora maldita – cena. Assista e imediatamente se esqueça dela para você não esquecer de todo o resto, que não deve ser esquecido.

Aperte R2 contra a parede e foda o seu pulmão

Vanquish é curto? Vanquish é curto. Vanquish é cansativo? Não. Vanquish é rejogável? Sim. Vanquish tem momentos inesquecíveis que merecem ser revistos? Absolutamente. Talvez Vanquish seja um aluguel. Ou talvez Vanquish seja infinito. Depende muito do que você quer. E depende se você quer Vanquish, também. Eu tô na casa dos que quer Vanquish, e na casa dos que considera ele infinito. Não sei dizer sobre a outra opinião. Sei sobre a minha opinião pois a minha opinião é minha, e ela me diz que eu gosto de coisas que melhoram com o tempo. E Vanquish não tem muita graça na primeira vez. Você não entende muito bem o que ele quer. Você está aprendendo. Demora um tempinho pra você entender o que ele quer. Vanquish tem bem mais graça da segunda vez. Você aprendeu. Você vai entendendo melhor o que ele quer. Vanquish tem ainda mais graça da terceira vez. E da quarta. E da quinta. Você vai entendendo melhor. Você entendeu.

Duck and cover (Pato e cubra)

Vanquish é um jogo. Vanquish é um jogo, jogo. Vanquish é um jogo, jogo para jogadores, jogadores. Vanquish é – são – as suas “set-pieces”. Vanquish é um termo gringo excessivamente específico e, infelizmente, intraduzível. Suas set-pieces são seus momentos. São suas arenas. São seus desafios. São seus playgrounds. Suas set-pieces são Vanquish. Vanquish tem set-pieces legais. Tem set-pieces incríveis. Tem set-pieces espetaculares. Essas set-pieces formam Vanquish. Essas set-pieces são abertas. Essas set-pieces são estáticas, mas maleáveis. Sua estrutura é estática. Sua solução é maleável. Você molda como serão as set-pieces. Vanquish te dá as ferramentas. Como você solucionará as set-pieces de Vanquish fala mais sobre você do que fala sobre Vanquish.

Rodando, rodando

Vanquish é fragmentado. Vanquish é coeso. Vanquish é uma colagem. Vanquish é uma colagem de tudo o que há de bom. De tudo o que deveria estar ali. É uma soma maior que suas partes. Vanquish é variedade. É repetição. É conforto. É novidade. É oportunidade. É desafio. É crescimento. É design. É cálculo. É mecânico. É fluido. É incostante. É ritmado. É robótico. É humano. É contradição. É um extremo. É o outro extremo.

Já disse. Repito:

Vanquish é  sensacional.

– Disponível para PS3 e 360.

 

Sobre

Rodrigo "Rod" é de Salvador, Bahia. Estuda psicologia, finge ser escritor, e acha que entende alguma coisa sobre game design.

Visit the best review site wbetting.co.uk for William Hill site.