Qualé a desse tal de… Hitman

  24/03/2016 - 14:55   hitman,  
 

O subtítulo do novo Hitman é “Entre em um mundo de assassinato”. Isso é algo que me soa estranho, principalmente pelo estado em que a indústria se encontra, estando ela muito mais preocupada com mensagens politicamente corretas. Mas o fato é que o novo jogo da franquia representa muito bem isso.

Essa frase passa o tom exato que representa a nova aventura do careca, que soa como um pacote de brincar de matar os outros. É claro que existe certa linha de história por trás de tudo isso, que acaba não fugindo de tudo que acontece em outros Hitman, com aquele mistério meio forçado e linha narrativa muito fechada, mas esse dificilmente é o ponto principal do jogo.

O novo título está sendo lançado em episódios separados, e a parte “principal” do jogo pode ser completada em pouco mais de duas horas de jogo, algo bem rápido. Mas desde a primeira missão, que o próprio jogo faz você repetir logo em seguida pelo menos uma vez, eles deixam claro que esse não é o foco que eles buscam nesse pacote.

As missões lhe apresentam diversos desafios que servem como um guia de tudo o que você pode fazer dentro de um mapa, ou das maneiras que você pode matar o seu alvo. Seja lhe informando que certo item pode ser encontrado em algum lugar do mapa, ou indicando uma mecânica que não ficou explícita no tutorial, esses desafios cumprem bem o seu papel. As possibilidades de caminho entre todas essas linhas e pistas são muito grandes.

Além disso, também existe uma mecânica de oportunidades, que funciona como uma dica mais óbvia de como usar todos esses pontos existentes no desafio. Ele abre um caminho até o seu alvo ou lhe mostra uma oportunidade clara de momento onde ele ficará vulnerável. Aqui o conceito é bem interessante, mas devo dizer que ele acaba facilitando demais o jogo, sem nunca lhe informar disso. Essa opção deveria ser liberada apenas em último caso, ou avisando o jogador que é um sistema de dicas diretas.

Mas mesmo assim, essas duas mecânicas, em conjunto, acabam por criar diversas histórias e cenas interessantes dentro de cada um dos mapas. Se essa diversidade já fica evidente nos dois pequenos mapas introdutórios, todo potencial fica ainda mais claro no mapa de Paris, que é diversas vezes maior e mais complexo do que os anteriores. Exceto pelo deslize de balanceamento, ambos funcionam muito bem para esse alvo do jogo que é criar um parque de diversões de infiltração e assassinato.

Após completar o jogo original outros tipos de missões existem, com outros alvos ou incentivando a exploração de partes específicas do mapa de Paris. Ao completar alguns dos desafios novos itens também são disponibilizados para se começar a missão. Isso colabora ainda mais para todo esse pacote que é o novo Hitman.

Entre todos esses elementos é muito interessante o fato de que eles não mudaram a essência do que a franquia representa. Em meio a todas essas mudanças eles poderiam muito bem ter transformado a experiência em algo mais popular ou de apelo geral, mas preferiram manter as raízes da série. Esse é de longe o maior acerto do jogo até agora.

Da forma como o título se apresenta até então, com troca de roupas, diversas áreas e eventos secretos, a possibilidade do uso de vários itens e contextos, é fácil perceber que Hitman não é um simples jogo de Stealth ou de assassinato. O jogo é uma união muito peculiar entre esses dois estilos, e possui um estilo que simplesmente não existe da mesma forma como apresentado por ele. Ele por diversas vezes foge às regras impostas por outros jogos desses dois ramos, e acaba sendo algo muito próprio do nome que carrega.

Outro ponto muito forte é a caracterização dos personagens e das situações onde o protagonista se encontra. Os detalhes e as pequenas ações memoráveis que você realiza durante uma missão é o que eleva a qualidade geral do jogo. Isso ocorre desde personagens secundários, porem importantes no contexto da missão, até nos coadjuvantes sem nome que acabam influenciando no destino do assassinato. Na fase de Paris podemos ver diversos desses momentos acontecer, alguns deles marcantes até se compararmos com toda a série.

Por hora minha única reclamação é a escolha do lançamento em episódios. Embora o jogo tenha muito conteúdo para mostrar nessa primeira missão principal, eu acredito que todo o conceito de missões extras, e atividades alternativas fiquem muito mais interessantes quando todos os módulos forem lançados.

De resto, falta saber o quão longe eles conseguem levar todas essas opções e ramificação nas missões em episódios futuros. Mas, por hora, acredito que o jogo se mostre sólido e tenha acertado em suas decisões, tanto nas de mudança quanto nas de se manter firme às tradições da franquia.

Hitman está disponível para PlayStation 4, Xbox One e Windows! Esta análise foi feita a partir de uma cópia de review da versão PS4, nos cedida pela 3nmedia.

Hynx

Sobre

Um rapaz gordo com cara de mendigo, que só quer saber de: jogar, salvar state, carregar state, irritar pessoas, escrever, e quem sabe até ganhar um beijo doce da Rainha do Rodeio.
  • Carlos Teles

    Uma das coisas que eu mais gostava no Blood Money era o fato do jogo não se levar a sério. Em todas as missões você era apresentado a vários absurdos e situações cômicas. Aí veio Absolution e estragou tudo, inclusive isso.

    Eles resgataram essa característica da série?

    • Hynx

      Em partes sim, mas o jogo resgatou essa coisa de não se importar de mostrar que é um jogo. Existem algumas formas de assassinar bem cômicas sim.

  • Bom review, Hynx! Só senti falta de você relatando algumas mortes, e as diversas maneiras e possibilidades que o jogo permite matar os alvos.

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