Qualé a desse tal de… Monster Hunter Generations

  25/07/2016 - 17:29   3DS, monster hunter, review,  
 

Como o nome indica, Monster Hunter Generations é uma celebração da série. Fãs de longa data provavelmente adoraram os mapas nostálgicos e os monstros conhecidos. Mas como isso funciona para alguém que está entrando na série?

Não sou totalmente leigo em relação a Monster Hunter; joguei um pouco o de PSP e o de Wii. Inclusive possuo a versão de Wii U, mas nunca gastei mais que três horas em cada jogo. A série é conhecida por sua alta curva de aprendizado, falta de tutoriais e falta de explicações acessíveis. Generations tenta resolver esses problemas, mas não se esforça muito. O jogo ainda continua difícil de entender para quem não quiser se dedicar ou procurar informação por conta própria.

Assim como Street Fighter ou Dota 2, há um grande número de horas apenas no estudo do jogo e tudo vai muito mais rápido se você tiver um mentor. A diferença é que por Monster Hunter ser um jogo cooperativo há um tanto menos de frustração, mas ainda há muita expectativa. A minha experiência antes do jogo sair oficialmente foi um pouco infrutífera. Apesar de o jogo já ter saído sete meses atrás no Japão, informações em inglês sobre ele eram escassas. Se quisesse saber onde encontrar um item específico, teria que ser feito na base da tentativa.

Embora não esteja implícito no jogo, a Capcom não espera que você varra cada área uma por uma para que encontre o que espera. Ao contrário, Monster Hunter é um jogo de aspecto extremamente social, algo que é evidente quando se vê seu sucesso no Japão. A lógica é a mesma utilizada por Pokémon, só que muito mais complexa. Você se junta com seus amigos para derrotarem monstros juntos e completarem missões e assim acabam trocando informações naturalmente. Hoje com a internet, é, de fato, muito mais fácil acessar essa informação imediatamente, mas nada disso reduz o aspecto social do jogo. Comunidades sobre Monster Hunter em lugares como o Reddit são grandes e ativas, com jogadores marcando para jogar juntos. Há inúmeras discussões sobre o melhor tipo de armadura, de armas ou de como matar os monstros mais difíceis. É curioso como esse submundo gigantesco é ofuscado pela obscuridade da série no Ocidente.

Como disse antes, meu jogo só começou de verdade depois do dia 15, lançamento oficial. Até então era difícil achar salas online fazendo missões específicas e quase ninguém entrava nas suas, diferente de agora, onde é bem vivo.

Monster Hunter Generations é basicamente igual ao seu antecessor, Moster Hunter 4 Ultimate. A única diferença é uma nova mecânica chamada “Hunting Styles”. Há quatro tipos: Guild Style, que é o tradicional; Striker Style, que foca em utilizar ataques especiais chamados Hunter Arts; Aerial Style, que, como o nome já diz, faz você pular bastante e serve para montar em monstros; e, por último, Adept Style, que depende de seus reflexos para desviar ou bloquear no último momento e assim acertar um poderoso contra-ataque. Os quatro estilos funcionam com todos os tipos de arma e servem para customizar mais ainda o estilo de luta de cada jogador. Não há nenhum objetivamente melhor: a ideia é decidir seu preferido na base da experimentação, ou procurando opiniões pela internet.

O jogo tem seu core dividido em missões offline e online. As missões são geralmente as mesmas, mas a progressão é diferente. Para avançar online, terá que jogar online e o oposto é verdadeiro também. Diria que as missões offline são como uma preparação para quando se for jogar com mais três pessoas, principalmente para saber o que se está fazendo. A cooperação de todo mundo é necessária. Há um limite de vezes que alguém pode morrer e se esse limite acabar, a missão termina prematuramente. Além disso, seus ataques, principalmente se estiver utilizando a Long Sword, podem derrubar os outros se não posicionados de forma adequada, atrapalhando o progresso geral.

Nos primeiros ranks, as pessoas dificilmente se irritarão ou se preocuparão com isso, porém mais adiante esse conhecimento é essencial e é o mínimo esperado. Há pessoas que levam o jogo muito a sério, principalmente por se tratar de um jogo bastante difícil. O fato de ele não ser competitivo e sim cooperativo muda um pouco a abordagem, mas como o objetivo ainda é ganhar, não é incomum o dono da sala te expulsar depois que você jogou mal. Aliás, não é incomum o dono te expulsar só de ver você utilizando uma armadura ou arma que ele considera ruim. A barreira para os níveis mais altos não é pequena e você precisa estar preparado para estudar ou para se estressar.

Há quem reclame que a Capcom não te prepare para isso no jogo e que é um defeito a ser consertado. De fato, talvez haja formas melhores de ensinar o jogador, mas jogos que necessitam de habilidade e de estudo como esse não têm muita alternativa. Ele é um jogo social feito para funcionar em comunidade. Sem ela, o jogo não existiria, então não há absolutamente nada de errado em esperar que essa mesma comunidade se responsabilize por ensinar. Evidentemente, para um jogador iniciante, isso é assustador. É a situação que falei anteriormente do mentor: sem um, só resta a força de vontade de talvez sofrer um pouco antes de se divertir e entender de verdade. Para alguns, visto que é um jogo, isso não faz o menor sentido. Mas acredito que quem consegue superar essa barreira passa a ter uma experiência excelente.

Não há muito mais o que falar sobre o Generations em si. Como disse, ele é uma celebração da história da série, com mapas e monstros de outros jogos retornando para uma grande compilação. Visto que essa é minha primeira experiência de verdade com a série, tudo isso se perdeu em mim, salvo por uma ou outra coisa. Se você é fã da série, então não tenho dúvidas de que Generations irá lhe agradar. Se você é novo e quer um Monster Hunter pelo qual começar, esse também é um ótimo jogo, pois nele haverá outros iniciantes junto. E se leu tudo isso e acha que parece esforço demais ou chato demais, então não recomendo, pois não há história ou recompensa grande o suficiente que valha sua dedicação. A recompensa aqui é o esforço em si.

Monster Hunter Generations está disponível exclusivamente para o Nintendo 3DS. Esta análise foi feita a partir de uma cópia de review nos cedida pela Capcom.

Sobre

Luiggi "Afro" Ligocky é um pseudo-artista que estuda a área de jogos digitais. É um adorador de jogos japoneses e bizarros desde a época em que ganhou seu Super Nintendo. Grande fã da Nintendo, Konami e Sega.
  • Me interessei pela a franquia com o 4 Ultimate, mas nunca tive coragem de cair dentro dela. Vou ver se eu acho o jogo por um bom preço, mas provavelmente não vou comprar :P. Btw, Belo texto!

  • matosco

    Joguei só no PSP e pra mim a recompensa pelo esforço era a possibilidade de enfrentar monstros maiores.

    Porém, o tempo dedicado pra isso é o que torna o jogo um saco: “Ah, vou gastar mais 20 horas pra fazer uma arma que faça efeito nesse monstro e uma armadura que me defenda de um ataque X… acho que vou jogar outra coisa”

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