Qualé a desse tal de… Pokkén Tournament

Apesar de ter metade do nome de Tekken no título, o jogo é bastante diferente do fighting 3D da Namco, embora puxe muitas ideias dele. Há um sistema de dois momentos; o primeiro é a “Field Phase” onde o jogo se  foca mais em projéteis em um campo 3D. A intenção é acertar o oponente até que você mude para a “Duel Phase”, que é onde o core do jogo acontece e onde o jogo só acontece num único plano 2D. É nessa fase que ocorre a maior parte dos combos e do dano da partida. Sendo esse o básico, há vários incentivos para que aconteça essa troca de planos: por exemplo, o jogador que mudar da “Field Phase” para a “Duel Phase” recuperará um pouco de sua vida. Parece complicado, mas depois de algumas partidas acaba virando algo natural.

A parte mais complexa fica por conta do sistema de fraquezas e vantagens entre os golpes, algo que parece ter sido inspirado diretamente pelo sistema do Pokémon. Há 3 tipos de elementos: Golpes normais/especiais, Counter e Grab. O que acontece é que cada um tem prioridade ou fraqueza ao outro; golpes normais perdem pra counter, counter perde pra grab e assim vai. Quem joga outros jogos de luta pode perceber que isso é algo que já existe naturalmente neles, mas no caso de Pokkén, é algo muito mais crucial para a luta, de forma que a ênfase é mais na leitura do oponente do que execução de combos, principalmente porque quem perde na prioridade perde mais vida que o normal e fica aberto para mais combos.

O sistema de luta é bastante sólido (?) e agradável de se assistir. A grande variedade entre cada Pokémon também é impressionante; com o Gengar o jogo já é completamente diferente do que com o Blaziken, e faz parte do charme você escolher seu Pokémon preferido e tentar ficar bom com ele, por mais difícil que ele seja. Há também um sistema de suporte onde você chama um outro Pokémon para ajudar na batalha de várias formas, seja com um golpe ou recuperando a sua vida. Parte da estratégia de jogo também reside em escolher o melhor suporte para a situação.

O número de personagens é baixo, apenas 16, sendo um exclusivo da versão física (Nota: Fui informado que esse personagem é desbloqueado ao terminar o modo história, que infelizmente não consegui por motivos externos. Peço desculpas pelo erro). Ele compensa com o número de estágios, com 19, que em si não são grande coisa, são ambientações legais mas meio mal polidos em quesito de platéia de fundo. O grande charme são as músicas, cada uma representando extremamente bem o ambiente de batalha, com estilos musicais que misturam o que se encontra em Tekken com Pokémon (surpresa).

Às vezes a impressão que dá é de que o jogo é muito bonito de vez em quando e muito feio em outras vezes. Há uma certa estranheza nos modelos e nas texturas que, dependendo do contexto, ficam muito legais, e em outros muito toscos. Ao menos as animações são boas, dando interpretações novas para golpes vistos nos jogos portáteis. É difícil não se emocionar mandando aquele combo onde o Charizard termina com um clássico Seismic Toss, onde ele dá a volta na terra, como no anime.

Há um modo história onde você tem que ganhar ligas e virar o melhor de todos, porém o número de batalhas é tão grande e maçante que é muito fácil de cansar antes de chegar na parte que anda mesmo. Não que fique menos entediante nessa parte, mas é só assim que você abre as melhores arenas do jogo e o único personagem desbloqueável.

Pensando bem, eu senti uma dualidade recorrente durante minha experiência com o jogo. Havia horas que eu via ali um jogo precioso e bem polido, e em outra tudo isso caía abaixo por causa de uma iluminação ruim ou um cenário meio sem graça.

Gostar de Pokkén pode ser completamente situacional. O jogo do Lucario, por exemplo, é o que melhor apresenta as mecânicas do jogo, mas quem iniciar o jogo com a Gardevoir pode simplesmente não entender todas as nuances e combos oferecidos. Não que ele se torne um jogo melhor ou pior com um ou outro, mas para um jogo bastante focado em atingir um público que não é o comum dos jogos de luta, falta um tutorial mais focado que o disponível, que é bastante extenso e até bom, porém não o apresenta direito.

Num geral, Pokkén é bastante divertido e atende a sede de um Pokémon de luta melhor do que esperava. Não vai ser o grande fighting “tradicional” da Nintendo e só deus sabe como ele vai se sair na EVO desse ano, mas se a Namco não desistir da ideia, dá pra polir e ser mais ousado no próximo título.

Sobre

Luiggi "Afro" Ligocky é um pseudo-artista que estuda a área de jogos digitais. É um adorador de jogos japoneses e bizarros desde a época em que ganhou seu Super Nintendo. Grande fã da Nintendo, Konami e Sega.

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