É chegada a hora de descobrir se o novo Playstation vale o investimento de R$ 3,999!
R: Não vale. Nenhum console vale. Talvez nem uma casa com vista pras Cataratas do Niágara valha tal fortuna.
Respondida essa pergunta, falemos então sobre como foi poder experimentar a Estação de Jogatinas Quatro, disponível para testes durante a BGS e também naquela conferência que a Sony fez pro Brasil na quinta passada (24 de novembro).
O DualShock 4
Tiremos isso do caminho primeiro: consoles da Sony nunca tiveram controles excepcionais. Não estou dizendo que não eram bons. Nenhum design que não fosse funcional e não atendesse muito bem as necessidades de desenvolvedores e jogadores duraria três gerações no mercado. O lance é que até aqui o DualShock foi apenas isso, um controle funcional, não sendo muito difícil achar por aí algum concorrente mais ergonômico e dinâmico – meus votos vão para Gamecube, 360 e Dreamcast.
Mas nada temam: tudo mudou com o DualShock 4! Analógicos, botões, ergonomia, funcionalidades… praticamente tudo foi melhorado. Até os malditos gatilhos L2 e R2, maior fraqueza do DualShock 3, estão muito confortáveis, agora fazendo uma curvinha “pra dentro”, pra encaixar bem nos dedos. Nenhum jogo testado usava o tal do touchpad do centro, mas deu pra sentir que ele também tem um clique, funcionando como botão adicional. O que as pessoas podem estranhar é a posição dos botões Options e Share, mas talvez seja questão de costume.
Sendo bem franco, no conjunto da obra achei o controle superior ao do Xbox One, e conste que sou um dos maiores defensores do controle do 360 da equipe aqui.
Mas chega de DualShock, vamos logo pros jogos.
Knack
Considerando que o jogo vem sendo divulgado como { { O CRASH BANDICOOT DO NOVO MILÊNIO } }, essa demonstração de Knack foi bem decepcionante. Movimentação travada, pouca precisão nos saltos e combates repetitivos à moda de um hack’n slash genérico. Me pareceu mais um “jogo-portifólio” pra mostrar todas as partículas e objetos independentes formando o personagem. Bonito, mas pouco convincente na jogabilidade enquanto jogo interativo jogável. Vamos ver se a versão completa muda essa impressão.
Killzone: Shadow Fall
Funciona assim: você caminha por cenários futuristas conduzindo sua arminha e distribuindo uns pipocos por onde passa. Enfim, é Killzone. Quem já curtia, agora tem gráficos bonitões e muitos elementos destrutíveis no mapa pra deixar a coisa mais frenética. Quem não curtia não deve encontrar aqui motivos pra passar a se entusiasmar.
Driveclub
Eu teria acreditado se alguém me dissesse que Driveclub é um jogo de PS3 (idem se falassem que Gran Turismo 6 é título de lançamento do PS4). No mais, o jogo parece não se decidir se quer ser um simulador preciso ou um jogo zuera. Faz parecer que é sério e joga uns elementos de arcade no meio, como aquele lance de você bater ou perder a direção e seu carro voltar piscando pro meio da pista. Talvez fosse só a configuração na demo pra não frustrar a galera. De todo modo, pareceu bem sem sal.
Contrast
Jogo indie que passa longe de abusar do poder de processamento do console, mas compensa com uma direção de arte foda e um conceito bem criativo pra unir exploração tridimensional com plataforma 2D. Pra quem é louco/rico o bastante pra pegar o console no lançamento, diz a lenda que Contrast já virá de graça na Plus logo de cara. Realmente parece valer muito a pena.
Octodad
Eleito pela redação GAMESFODA como o melhor jogo disponível pro PS4 na feira, Octodad é uma versão adaptada de um jogo gratuito para PC. Você é um polvo tentando se passar por pai de família, realizando tarefas do cotidiano como grelhar hambúrgueres ou cortar a grama no quintal. Ficou muito bem adaptado pro controle do Playstation 4. Selo Zuera de qualidade garantida.
Concluindo
O console é bonitão, o controle melhorou pra caralho e os jogos, bem, são aquela coisa meio aguada e transitória, como é em todo lançamento de console. Sou desses que ainda se impressiona com a tecnologia vista em jogos recentes como The Last of Us ou GTA V, então a primeira impressão ainda foi aquela de estar vendo um PS3 Deluxe. Deve demorar um pouco até que os jogos comecem a explorar a real capacidade do console, e o diferencial da nova geração estará mesmo nas funcionalidades sociais, multi-tarefas e coisas do tipo.
Então, voltando à pergunta inicial, não dá pra saber se o console vale mesmo a pena testando jogos avulsos em eventos escandalosos. Mas dá pra sentir um pouco do potencial do produto, e ele é realmente promissor.