Se você foi uma das 3 pessoas no planeta que prestou a atenção na apresentação da Nintendo Land (Nintendolandia) e coisas relacionadas ao jogo, percebeu que há um minigame ali com um personagem um tanto desconhecido, chamado Takamaru’s Ninja Castle. Pois é, essa é mais uma daquelas pérolas de NES que a Nintendo escondeu: Nazo no Murasamejo (O Castelo Misterioso de Murasame).

Nazo no Murasamejo é um jogo que morreu na mesma época que foi lançado. Não vendeu muito bem (principalmente porque tinha competidores fortes) e nunca teve nenhuma sequência, ficando no mesmo barco que outros clássicos como Shin Onigashima, Famicom Detective Club, Devil’s World e Joy Mech Fight.

A história é um tanto diferente. O jogo se passa na época feudal do Japão, onde um alien cai e toma controle de uma estátua no principal castelo do jogo – essa história de aliens e Japão feudal aparece toda hora pqp -, tomando para si mais outros 4 castelos, fazendo com que o Shogun mande nosso protagonista, Takamaru, para lutar contra o alien e salvar o Mundo Japão.

O jogo é bastante parecido com Zelda, na perspectiva e tudo mais, porém o diferente é que ele é dividido em fases que vão do ponto A ao B. Há alguns caminhos alternativos e tal, mas toda fase tem um fim único. Você começa o jogo podendo atirar shurikens nos seus inimigos ou cortá-los com sua espada. Atacar com a espada é automático no momento que você chega perto de algum inimigo (e estiver virado para ele, óbvio). Já a shuriken gasta sua “energia”, e pode ser melhorada para tacar lâminas ou até bolas de fogo. Os inimigos também têm um arsenal de armas para atacar Takamaru. Se o ataque inimigo for um projétil, ele pode bloqueá-lo com sua espada desde que esteja virado na direção de onde ele vem. Ao longo do caminho, Takamaru pode encontrar damas para salvar, que lhe renderão pontos e uma vida extra.

Pela descrição, parece ser um jogo bem fácil, não é?  As aparências enganam: esse jogo é ridiculamente difícil. Possivelmente essa é a razão de ele nunca ter aparecido no Ocidente. O jogo começa um tanto tranquilo, mas a medida que mais inimigos são adicionados, ele fica absurdamente difícil. Temos inimigos que jogam bombas e não morrem em um hit, inimigos que explodem ou se multiplicam e inimigos que lançam projéteis impossíveis de bloquear, tudo isso aliado ao fato de você só poder tomar 3 hits antes de morrer e só pode morrer 3 vezes antes de ter que recomeçar toda a fase. Alias, morrer tira as melhorias do seu equipamento. Ainda sobre a dificuldade, lembra das damas que falei antes? Pois é, às vezes elas são demônios disfarçados, zoando todo o caminho que você teve que tomar para salvá-las. O jogo possui alguns power-ups para te ajudar, mas eles raramente aparecem e só podem ser usado poucas vezes. Perfeito para qualquer fã masoquista de jogos insanamente difíceis da era 8-Bit.

Embora seja uma série relativamente obscura, a Nintendo não se esqueceu do Takamaru e nem do jogo, como pudemos ver pela inclusão em NintendoLand. Takamaru também fez uma aparição em Captain Rainbow (Wii) como um dos personagens esquecidos pela empresa. Além disso, há uma música em Super Smash Bros Brawl diretamente do jogo original. Takamaru também aparece como um dos “stickers”. Fez até um bico em Samurai Warriors 3 de Wii (da Koei) como personagem jogável. Juntando tudo isso, dá até pra botar fé que o personagem entre no elenco de selecionáveis do próximo Smash Bros. Vai saber…

Apesar da Nintendo estar dando até bastante tempo no palco para essa série esquecida, não parece haver muito futuro para ela, principalmente no ocidente. Continuará como uma daquelas pérolas raras e escondidas que a empresa tem orgulho de reverenciar aqui e ali, mas continua mantendo no passado.