Resident Evil: Revelations 2 é um jogo em episódios que estão sendo lançados semanalmente. Da mesma forma, a análise será semanal, e menor do que de costume, analisando parte a parte. Você pode encontrar a primeira parte aqui e a segunda parte aqui.

Bom, nas outras partes a gente já falou da troca de personagens, da diversidade do jogo e dos monstros. A gente já tá quase perto do final do jogo como um todo e a galera deve estar se perguntando já se não tem nada de ruim nesse Revelations 2. Que bacana vocês terem perguntado isso logo agora na terceira semana (na verdade eu estou escrevendo isso no dia do lançamento, mas tudo bem), porque o terceiro episódio é um exemplo de algo ruim que Resident Evil até hoje teima em fazer.

Todo jogo tem uma progressão e essa progressão visa deixar o jogo mais denso à medida que as horas vão passando. Isso pode ser feito aumentando a dificuldade, fazendo o jogador usar mais inteligentemente as mecânicas que aprendeu no decorrer do jogo ou criando alguma sensação de urgência. Resident Evil, em seus últimos lançamentos e inclusive nesse, entende isso, mas faz de uma forma que não cola.

É pra aumentar a dificuldade? Então eles colocam uma chuva de zumbis e monstros em qualquer lugar, sem pensar tanto sobre o posicionamento e compasso como era antes. Não tá bom ainda? Soca aqueles monstros que comem bala e foram feitos pra serem lidados estrategicamente, todos juntos em uma área pequena que não foi planejada pra isso.

Esse terceiro episódio, principalmente na parte da Claire, mostra completamente que os designers do jogo pensam assim em certo momento de Resident. Parece que eles não percebem que o motivo que fazia o título especial até aqui não era a dificuldade, e sim a diversidade e o desenho dos mapas e desafios.

No meio dessa desafinada que eles dão, parecem perder um pouco a mão e começam a fazer cagadas que vinham corrigindo até aqui. Lembra que na primeira parte eu tinha elogiado que você podia abrir uma porta lacrada com tábuas com um personagem sem ficar apertando o botão de ação toda hora, pra poder trocar de personagem enquanto abre? Aqui nos dois capítulos eles inventam de tirar essa regra enquanto você precisa abrir válvulas (que é quase o mesmo conceito fazer força), e não existe motivo para não poder trocar de personagem enquanto isso.

Felizmente, com a ajuda do advento do lançamento episódico, eles não abandonam tudo o que tinham antes nessa empreitada por progressão forçada e o episódio do Barry é um dos melhores até aqui. A fase da mina é fantasticamente desenhada, e muito inteligente para um jogo do tipo, fazendo você se prender a detalhes e criar um plano; tudo isso em cima de um conceito simples, que é levar uma caixa do ponto A ao ponto B.

Aliás, já que toquei nesse assunto é bom falar sobre os puzzles. Todos os episódios até agora tem pelo menos um em cada ramificação e em pelo menos um caso ele nem é obrigatório (existente na terceira parte da Claire). Alguns deles também não funcionam de maneira linear, fazendo você ir e voltar por salas, mas a arquitetura dos mapas facilita e visa esse vai-e-vem. Isso é uma melhoria enorme se formos comparar até mesmo com o Revelations anterior que foi o último Resident Evil que teve puzzles de verdade.

Alguns deles são simples, entretanto, focando em pegar alguma peça de algum lugar, ou descobrir como restaurar a energia para conseguir algo que está à vista, por exemplo. Mas mesmo assim é gostoso jogar novamente um título da série que não é focado somente em uma continuidade linear de leva após leva de monstros para serem trucidados.

No episódio de hoje dessa análise vimos que nesse terceiro episódio pelo menos em alguns pontos eles passaram do ponto na massa. Mas será que esse é um jogo que merece ser jogado? Qual será a nota final que ele vai levar? Para saber de tudo isso e muito mais fique ligado no último episódio dessa análise na terça que vem!

Spoiler: Nosso site não diz diretamente se um jogo merece ou não ser jogado, deixando a critério do leitor. O Gamesfoda também não dá nota em suas análises. Desculpem-me o vacilo.

Resident Evil: Revelations 2 está disponível para PS3, PS4, PSVita, XBOX 360, XONE e PC. Esta análise foi feita a partir de uma cópia de review da versão PC, nos cedida pela Capcom Brasil.