Resident Evil: Revelations 2 é um jogo em episódios que estão sendo lançados semanalmente. Da mesma forma, a análise será semanal, e menor do que de costume, analisando parte a parte. Você pode encontrar a primeira parte aqui, a segunda parte aqui e a terceira parte aqui.

Finalmente chegamos a excitante última parte da nossa análise de Resident Evil: Revelations 2, que emoção amigos! Qual será a Segunda Revelação a ser Revelada nesse Revelations? Não é algo que você saberá aqui, desculpa desapontar (na verdade não tem nenhuma revelação mesmo).

A última parte desse jogo lançado em episódios nos mostra uma interessante surpresa, ela acaba provando que lançar o jogo em episódios não foi a melhor das escolhas. O episódio da Claire é absurdamente pequeno nessa última parte e, embora seja louvável que eles não tenham esticado artificialmente apenas para obedecer algum padrão, fica evidente que isso poderia ser contornado se o jogo todo fosse um lançamento único.

Embora eu tenha gostado muito do jogo como um todo, grande parte de sua diversidade e inventividade poderia ser ainda melhor utilizada se essa maneira intercalada de se jogar entre o Barry e a Claire não fosse presa à ideia de episódios. Isso fica claro no contraste de que o terceiro episódio da Redfield é grande demais e o que vem logo em seguida é curto demais.

Não fosse por essa escolha de abordagem episódica, eles poderiam fazer a alternância entre personagens a qualquer momento, não apenas no final de cada mapa, dando uma liberdade maior para a narrativa. A noção que uma fase precisa ser pontuada e fechada com apenas um personagem é um dos conceitos ruins que a série ainda insiste em manter pelo simples fato de ter sido sempre assim.

Retirando-se todos os clichês e exageros que a série sempre possui, é interessante notar como a Capcom parece querer melhorar e possui a visão para tal. Não é uma simples questão de fazer outro Resident Evil 4 ou de voltar para o começo onde o design era completamente diferente. Aqui eu vejo como o primeiro passo rumo a uma tentativa de criar uma roupagem sustentável para a franquia já que a reutilização da mesma de maneira eterna parece ser inevitável.

Mas, assim como a decisão de lançamento episódico, o que fica no caminho da franquia é exatamente a imagem que a empresa faz do seu produto, que é muito confuso. A Capcom parece não saber claramente o que ela quer que a série se torne, adicionando e embolando modos de jogo e extras que não encaixam muito bem uns com os outros.

O esforço desempenhado para se trazer a vida todos esses modos de jogo com certeza entram no caminho de um modo de história mais conciso, não tem como você dar a mesma atenção pra tudo. Mas o fato óbvio é que, normalmente, o jogador que gosta e se preocupa com o modo história não prioriza jogar cooperativo ou multiplayer no caso de Resident Evil – e vice-versa.

Vejo como se o mesmo produto disputasse a atenção de dois públicos que foram criados durante a evolução natural do jogo, tendo que dividir o empenho total do título entre essas duas ramificações. A qualidade que o produto teria se focasse em apenas um desses aspectos é algo que só poderemos saber quando a Capcom decidir-se no que focar ao invés de atirar pra todo lado.

De qualquer forma, fica óbvio para mim com esse jogo que a própria empresa não estava confortável com a situação que Resident se encontrava e que busca melhorar ouvindo reclamações passadas e tentando trazer novas abordagens que não soem forçadas para o que já conhecemos. É óbvio que ainda tem muito a ser feito e que até acertarem tudo muita coisa ainda vai rolar, mas Revelations 2 com certeza tem o mérito de ser o melhor jogo da franquia que eu joguei na última década.

Resident Evil: Revelations 2 está disponível para PS3, PS4, PSVita, XBOX 360, XONE e PC. Esta análise foi feita a partir de uma cópia de review da versão PC, nos cedida pela Capcom Brasil.